Alemanha e NATO prontas para apoiar a Polónia após ameaças de Putin: "Onde os parceiros polacos precisarem de apoio, vão recebê-lo"

21 jul 2023, 15:20
Boris Pistorius (AP)

Polónia destacou unidades militares para a fronteira com a Bielorrússia, perante a presença dos mercenários do grupo Wagner, que estão a treinar. Putin ameaçou diretamente a Polónia na sequência destes acontecimentos

A Alemanha e a NATO estão prontas para apoiar a Polónia a defender o seu flanco leste, anunciou o ministro alemão da Defesa em Praga, esta sexta-feira.

"Onde os parceiros polacos precisarem de apoio, vão recebê-lo", garantiu Pistorius, falando ao lado do seu homólogo checo. "São parceiros da NATO e são aliados confiáveis da NATO, por isso podemos dizer com confiança que estamos preparados", sublinhou Pistorius.

O comentário de Pistorius veio na sequência da decisão do comité de segurança da Polónia, que decidiu destacar unidades militares para o leste do país devido à presença do grupo Wagner na Bielorrússia.

Já esta sexta-feira, o presidente russo Vladimir Putin acusou também a Polónia de ter ambições territoriais na antiga União Soviética, declarando que qualquer agressão contra a Bielorrússia, vizinha e aliada de Moscovo, será considerada uma agressão contra a Rússia.

Numa reunião transmitida na televisão do Conselho de Segurança russo, Putin frisou que o Kremlin irá reagir "com todos os meios à sua disposição" contra uma eventual agressão a Minsk.

Putin afirmou ainda que "a parte oeste da Polónia foi um presente de Estaline ao país, a Polónia esquece-se disso e vamos relembrá-los”. No rol de acusações de Putin contra Varvósia está ainda a teoria de que o país tem ambições territoriais na antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e que os líderes polacos estão a atuar "sob o guarda-chuva da NATO e a intervir no conflito na Ucrânia".

Grupo Wagner a dez quilómetros da Polónia

A Bielorrússia anunciou esta quinta-feira novos exercícios militares de treino na base militar junto à cidade bielorrussa de Brest, uma situação comum junto à fronteira da NATO mas com uma diferença: à armada de Minsk vai juntar-se o grupo de mercenários Wagner, que chegou ao país no início da semana.

Minutos após o anúncio do Ministério da Defesa da Bielorrússia, a Defesa polaca assegurou que estava a monitorizar as operações do exército bielorrusso e do grupo Wagner, garantindo estar preparada para qualquer cenário.

“A fronteira da Polónia está segura, estamos a monitorizar a situação a Este da fronteira e preparados para qualquer cenário de acordo com os desenvolvimentos”, disse o Ministério da Defesa da Polónia através de um e-mail a que a agência Reuters teve acesso. A cidade bielorrussa de Brest fica a leste da Polónia, a pouco mais de dez quilómetros da fronteira com o Estado-membro da NATO.

Relacionados

Europa

Mais Europa

Mais Lidas

Patrocinados