Yotam Haim, Samer Talalka, Alon Shamriz: os três reféns do Hamas que Israel matou "por engano"

15 dez 2023, 21:49

Porta-voz das IDF justifica: foram identificados como ameaça

O exército israelita matou por engano três reféns que eram mantidos pelo Hamas em Gaza. O caso está a ser investigado, avançam fontes militares esta sexta-feira citadas pela agência Reuters.

As mesmas fontes dizem que os reféns foram mortos durante um combate contra militantes em Gaza e apresentaram as condolências às famílias, enquanto dão garantia de "total transparência" na investigação.

Já a Associated Press (AP) cita Daniel Hagari, porta-voz das IDF, que explica que as tropas israelitas encontraram os reféns na cidade de Shijaiyah e que os identificaram erradamente como uma ameaça. Segundo Hagari, não era percetível se as pessoas em questão tinham escapado dos militantes do Hamas ou foram abandonadas. Sabe-se apenas que aquela zona de Gaza tem sido palco de intensos combates contra membros do grupo terrorista.

"Durante os combates em Shejaiya, uma força das IDF identificou erradamente três reféns israelitas como uma ameaça. Como resultado, disparou contra eles e foram mortos", escreveu o militar na rede social X, acrescentando que "esta é uma zona de combate onde ocorreram muitos incidentes nos últimos dias". 

Também identificou as vítimas como Yotam Haim, sequestrado em Kfar Aza, Samer Talalka, sequestrado em Nir Am, e Alon Shamriz, também sequestrado em Kfar Gaza. Os seus corpos foram descobertos durante a fiscalização da área, levantando dúvidas em relação à identidade dos três cidadãos israelitas. 

Ao que a AP conseguiu apurar, as mortes foram anunciadas quando o conselheiro de Segurança Nacional norte-americano, Jake Sullivan, confirmou que os EUA e Israel estariam a discutir um cronograma para reduzir as extensas operações em Gaza, embora a administração Biden concorde que a guerra leve vários meses. 

Sullivan também esteve reunido com o presidente palestiniano, Mahmoud Abbas, para discutir os eventuais cenários pós-guerra no território. Uma das propostas em cima da mesa consiste no regresso das forças de segurança palestinianas, que foram expulsas dos seus empregos em Gaza quando o Hamas tomou o poder em 2007. 

Na sequência da ofensiva desencadeada pelos ataques do Hamas em Israel a 7 de outubro, grande parte do norte de Gaza ficou devastada. 80% da população está desalojada e recorre agora a abrigos no sul do território. 

Nos últimos dias, o governo norte-americano tem manifestado o seu desconforto no que concerne à incapacidade de Israel reduzir as vítimas civis, mas o apoio da Casa Branca através do fornecimento de armas mantém-se. 

"Quero que se concentrem em salvar as vidas dos civis", apelou Biden este quinta-feira, quando questionado acerca da sua vontade de ver reduzidas as operações israelitas até ao final do mês. "Não parem de ir atrás do Hamas, mas tenham mais cuidado."

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