Cinco portugueses confirmados entre os reféns do Hamas (e há mais a aguardar a nacionalidade)

26 out 2023, 10:20
Reféns do Hamas (AP)

Mais de 200 pessoas continuam reféns do grupo radical

Yossef Saraby é o mais recente nome a acrescentar à lista de portugueses que estão reféns do Hamas. De acordo com a Comunidade Israelita do Porto (CIP), são já cinco os cidadãos com dupla nacionalidade israelita e portuguesa que estão em cativeiro, na sequência do ataque realizado pelo grupo radical no dia 7 de outubro.

Este homem, cuja família tem origem sefardita em Marrocos, tem 53 anos, sendo que vários membros da sua família regressaram a Portugal nos séculos XIX e XX, voltando ao país depois da expulsão dos judeus, no Século XV. Muitos deles estão sepultados no cemitério judaico de Lisboa.

O nome de Yossef Saraby soma-se, assim, a outros quatro cidadãos portugueses que esperam o resgate de cidadãos com dupla nacionalidade. Adina Moshe (72 anos), Ofer Calderon (52 anos), Idan Shtivi (28 anos) e Moshe Saadyan (26 anos) são as outras pessoas na mesma situação.

A esperança destes cidadãos é que venham a ser incluídos na negociação internacional que está a ser mediada pelo Egito, e que pretende resgatar os mais de 50 reféns com dupla nacionalidade.

Por isso mesmo há outros cidadãos a tentar acelerar o processo de nacionalização, alguns deles com o pedido pendente há mais de um ano.

É o caso de Ravid Arie Katz e de Dror Or, de 51 e 48 anos, respetivamente, que apelam à aceleração do processo de nacionalização. No caso deste último homem foi feito o mesmo pedido para dois dos filhos e para um sobrinho, dois deles menores.

O objetivo destes cinco cidadãos é conseguirem o que conseguiram Adina Moshe e Ofer Calderon, que obtiveram nacionalidade portuguesa já depois de terem sido raptados, e na sequência de pedidos urgentes enviados ao Governo e ao Presidente da República.

Todas estas pessoas têm, segundo a CIP, direito à obtenção da nacionalidade portuguesa, ao abrigo da lei que concede essa mesma nacionalidade aos descendentes de judeus sefarditas expulsos de Portugal no século XV.

Além dos cidadãos raptados que têm ligações a Portugal, a CIP refere ainda a existência de reféns das seguintes nacionalidades: Estados Unidos (10), Argentina (6), Alemanha (6), Rússia (4), Ucrânia (3), Espanha (2), Reino Unido (2), França (2), Países Baixos (2), Brasil (2), Polónia (1), Azerbaijão (1), África do Sul (1), Canadá (1) e Chile (1).

Estes cidadãos estão entre os mais de 200 reféns confirmados pelas Forças de Defesa de Israel (IDF), sendo que os governos de Estados Unidos e Catar estão a tentar negociar a libertação dos 50 reféns que têm dupla nacionalidade, como é o caso dos portugueses.

A CIP refere que há ainda a confirmação de nove portugueses mortos, sendo que um outro cidadão que estava a tentar obter nacionalidade portuguesa também foi assassinado por combatentes do Hamas.

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