Palestina acusa Israel de matar pelo menos 500 pessoas em ataque a hospital em Gaza. Israel nega ter disparado e responsabiliza "os bárbaros" jiadistas

17 out 2023, 18:54

"Aqueles que brutalmente assassinaram as nossas crianças também mataram as crianças deles”, diz Israel

O porta-voz do Ministério da Saúde palestiniano em Gaza afirmou esta terça-feira que cerca de 500 pessoas morreram num bombardeamento a um hospital na Faixa de Gaza e culpou Israel pelo sucedido - "crime de guerra", disse. A Força Aérea de Israel, através da sua conta oficial no X, nega a autoria dos ataques e acusa "a jihad islâmica" de ter atingido a unidade de saúde com um foguete.

"De acordo com informações de inteligência, provenientes de várias fontes que possuímos, a organização terrorista jihad islâmica é responsável pelo disparo falhado que atingiu o hospital", pode ler-se num comunicado da Força Aérea Israelita.

Depois de a Força Aérea de Israel ter publicado esta mensagem na rede social X, o primeiro-ministro israelita garantiu que nenhuma autoridade do país foi responsável pelo ataque e fez um anúncio que "o mundo inteiro deve saber”: “Foram os bárbaros terroristas de Gaza que atacaram o hospital em Gaza e não as Forças de Defesa de Israel. Aqueles que brutalmente assassinaram as nossas crianças também mataram as crianças deles”, disse Benjamin Netanyahu. 

Antes desta reação de Israel, o Ministério da Saúde palestiniano culpou os israelitas. “Um novo crime de guerra foi cometido pela ocupação no bombardeamento do Hospital Al-Ahli Arabi, no centro da Cidade de Gaza, resultando na chegada de dezenas de mártires e feridos ao Complexo Médico Al-Shifa devido ao bombardeamento. Deve notar-se que o hospital abrigou centenas de pacientes, feridos e pessoas deslocadas de suas casas à força devido aos ataques aéreos.”

Estimativas iniciais por parte das autoridades palestinianas apontavam para um número de vítimas mortais entre os 200 e os 300, mas o balanço final acabou por ser revisto em alta para 500. A confirmar-se o número de mortos, este é o ataque mais mortífero na Faixa de Gaza desde 2008. De acordo com os meios de comunicação locais, o presidente palestiniano Mahmoud Abbas decretou três dias de luto.

O Hamas publicou um comunicado em que denuncia o ataque como prova do "genocídio" contra o povo palestiniano. “O massacre do Hospital Al-Ahli, no coração da Faixa de Gaza, é um genocídio. Chega de silêncio sobre a agressão e a imprudência da ocupação”, disse o Hamas num comunicado.

O hospital Al-Ahli Arabi é uma unidade de saúde anglicana que presta auxílio e cuidados de saúde à população de Gaza. No dia 14 de outubro, esta unidade de saúde foi atingida por um foguete que acabou por ferir quatro funcionários, segundo um comunicado do Arcebispo da Cantuária, Justin Welby. O líder religioso britânico alertava então que a situação no local está a tornar-se cada vez mais precária e que a evacuação em segurança do hospital era cada vez mais difícil. 

Desde o dia 7 de outubro, quando militantes do Hamas conduziram um ataque terrorista contra várias localidades no sul de Israel que vitimou mais de 1.400 pessoas, na sua maioria civis, que o governo israelita declarou a intenção de "aniquilar o Hamas". Desde então, esta guerra já provocou pelo menos três mil mortos e mais de 12.500 feridos. 

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