Gravidez natural após ter um bebé com tratamentos de fertilidade “está longe de ser rara”

CNN Portugal , DCT
24 jun 2023, 11:00
Gravidez (Pexels)

Dados disponíveis sugerem que "a gravidez de concepção natural pode ocorrer em 18% das mulheres nos primeiros três anos” após darem à luz um bebé concebido através de técnicas da medicina reprodutiva

Uma em cada cinco mulheres pode vir a engravidar naturalmente após dar à luz um filho concebido através de tratamentos de fertilidade, como injeção intracitoplasmática (ICSI e fertilização in vitro. 

A conclusão é de um estudo da University College London, publicado esta semana na revista científica Human Reproduction, que dá conta que a gravidez natural depois de uma gravidez com recurso a reprodução medicamente assistida não é tão “milagrosa” quanto se possa pensar.

“As evidências atuais sugerem que, ao contrário das opiniões amplamente aceites, a gravidez de concepção natural após o parto por técnicas de reprodução assistida está longe de ser rara”, dizem os autores, explicando que há cerca de 20% de probabilidade de tal acontecer.

De acordo com o estudo, “os dados disponíveis sugerem que a gravidez de concepção natural pode ocorrer em 18% das mulheres nos primeiros três anos” após darem à luz um bebé concebido através de técnicas da medicina reprodutiva. 

Para o estudo, os cientistas levaram a cabo uma revisão sistemática e meta-análise a 11 publicações científicas sobre o tema feitas desde 1980 até 2021, que, no seu total, contaram com a participação de 5.180 mulheres, acompanhadas, em média, entre dois a 15 anos pelas equipas de investigadores.

Apesar de reconhecerem limitações nos estudos analisados, os cientistas da University College London defendem que “é biologicamente plausível que a estimulação ovariana de ciclos de fertilização in vitro possa melhorar a função ovariana num mecanismo semelhante à técnica cirúrgica de perfuração ovariana”, daí que a gravidez natural depois de uma gravidez por fertilização não seja tão incomum.

Os dados mais recentes do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA) apontam que, em 2018, nasceram em Portugal 2733 crianças como resultado do uso das várias técnicas de PMA. Este número representa 3,1% do número total de nascimentos em território nacional.

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