PSD pede investigação “ao limite” para “separar trigo do joio” nas forças de segurança

Agência Lusa
17 nov 2022, 16:42
Operação da GNR

Para os sociais-democrata, as forças de segurança em Portugal “são de excelência”, manifestando “grande preocupação” com as notícias que foram conhecidas

O PSD pediu esta quinta-feira que sejam investigadas “ao limite” as denúncias preocupantes sobre membros da GNR e PSP, considerando fundamental o apuramento de responsabilidades para “separar o trigo do joio” nas forças de segurança, que “são de excelência”.

À margem da Assembleia Política do PPE, que decorre entre hoje e sexta-feira em Lisboa, o secretário-geral do PSD, Hugo Soares, foi questionado pelos jornalistas sobre as notícias de publicação, por agentes das forças de segurança, de mensagens nas redes sociais com conteúdo discriminatório e que incitam ao ódio.

“Quero dizer que o PSD tem grande respeito, grande consideração pelas forças de segurança em Portugal e que tudo deve ser investigado ao limite. Nós não podemos misturar aquilo que são comportamentos altamente reprováveis de elementos das forças de segurança com o seu conjunto”, defendeu.

Para o social-democrata, as forças de segurança em Portugal “são de excelência”, manifestando “grande preocupação” com as notícias que foram conhecidas.

Recordando que o Governo ordenou a abertura de um inquérito à IGAI para apurar responsabilidades, Hugo Soares defendeu que “essas responsabilidades do ponto de vista interno e até externo são absolutamente necessárias para separar o trigo do joio”.

“Separar aqueles que eventualmente terão cometido crimes de incitamento à violência ou de xenofobia ou racismo de todos os outros, que são a esmagadora maioria das forças de segurança em Portugal”, disse.

“Cabe ao Governo no plano interno, designadamente no que diz respeito às matérias de investigação interna dentro dos mecanismos da própria administração pública, apurar o que aconteceu e cabe também ao poder judicial, designadamente ao Ministério Público, fazer as investigações que achar por conveniente fazer face àquilo que são as notícias públicas”, enfatizou.

Um consórcio de jornalistas de investigação divulgou esta quarta-feira ao fim do dia uma reportagem de Pedro Coelho, Filipe Teles, Cláudia Marques Santos e Paulo Pena na SIC, no Setenta e Quatro, no Expresso e no Público, que mostra que as redes sociais são usadas para fazer o que a lei e os regulamentos internos proíbem, com base em mais de três mil publicações de militares da GNR e agentes da PSP, nos últimos anos.

Na quarta-feira foi divulgado que a Inspeção-Geral da Administração Interna vai abrir um inquérito à veracidade das notícias que referem a publicação, por agentes das forças de Segurança, de mensagens nas redes sociais com conteúdo discriminatório e que incitam ao ódio.

Numa nota do gabinete do ministro da Administração Interna é dito que José Luís Carneiro determinou à Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) “a abertura de inquérito, imediato, para apuramento da veracidade dos indícios contidos nas notícias de hoje [quarta-feira] sobre a alegada publicação, por agentes das forças de segurança, de mensagens nas redes sociais com conteúdo discriminatório, incitadoras de ódio e violência contra determinadas pessoas”.

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