Direções do Jornal de Notícias e d'O Jogo também se demitem

ECO - Parceiro CNN Portugal , Carla Borges Ferreira
14 dez 2023, 13:58
Global Media

A decisão foi apresentada dois dias depois da demissão em bloco da direção da TSF

As direções do Jornal de Notícias (JN) e do jornal O Jogo também apresentaram a demissão. A decisão foi formalizada esta quinta-feira, dois dias depois da demissão em bloco da direção da TSF.

Inês Cardoso, Pedro Ivo Carvalho, Manuel Molinos e Rafael Barbosa, e ainda ao diretor de Arte, Pedro Pimentel, e também Vítor Santos e Jorge Maia, d’O Jogo, seguiram assim o caminho da direção da TSF.

Os conselhos de redação dos dois títulos já se pronunciaram. Foi “uma tomada de posição conjunta dos diretores que entendemos como um sinal inequívoco de que esta redação e quem a lidera não aceita que se possa denegrir publicamente um jornal, os seus leitores e até uma região e um país“, afirma o Conselho de Redação do Jornal de Notícias.

“O CR enaltece o esforço e a forma empenhada como a direção do JN aguentou o jornal nos tumultuosos tempos que atravessámos juntos, particularmente difíceis nos últimos meses, tentando fazer o melhor jornal todos os dias, independentemente dos meios e vontades que tivemos ao nosso lado”, prossegue o órgão.

Os representantes dos jornalistas reforçam a “forma empenhada, abnegada e com enormes sacrifícios pessoais” com que a direção zelou “pela manutenção do espírito e da matriz do JN, um jornal próximo dos leitores há 135 anos”, destacando que “um jornal que não é de quem o faz, mas de quem o compra – e foram mais de 23 mil em outubro – e de quem o lê, cerca de 400 mil, todos os dias, entre papel e online, que lideramos em Portugal”.

No caso d’O Jogo, o Conselho de Redação afirma que “a direção sustentou a decisão na degradação das condições tecnológicas, funcionais e de recursos humanos, revelando uma vez mais o esforço e sacrifício de todos os jornalistas para garantir o bom desempenho de O Jogo em todas as plataformas. Os mesmos profissionais que têm sido duramente afetados nos últimos tempos por uma série de decisões e comunicações, com impacto profundo nas respetivas famílias”.

A demissão surge um dia após aa entrevista de José Paulo Fafe, CEO do grupo, ao +M. Nesta, o ex jornalista e agora gestor confirmava o número de trabalhadores que é suposto saírem de cada título, falando também do desempenho e planos para cada um dos títulos do grupo.

Entretanto, a Assembleia de Trabalhadores da TSF reunida esta quarta-feira, também emitiu um comunicado no qual afirma que “perante o anunciado corte de 30 trabalhadores, a conclusão é unânime: o projeto editorial da TSF está ameaçado de morte. Os trabalhadores estão profundamente preocupados com a extinção de um projeto com 35 anos de história, marca inabalável do jornalismo livre, uma referência na informação em Portugal: a rádio que mudou a Rádio”-

“É completamente impossível fazer esta rádio de notícias, projeto inigualável, ainda hoje, em Portugal, tal como os portugueses a conhecem, com menos 30 pessoas, quase metade do número atual de trabalhadores”, afirmam, manifestando ainda “perplexidade com o facto de, ao fim de pouco mais de 2 meses, o projeto de investimento previsto pela direção escolhida por esta administração ter sido completamente descartado, o que levou à demissão em bloco da estrutura diretiva“.

A entrevista ao +M/ECO é também referida. “Apesar das inúmeras referências públicas do CEO do Global Media Group à “previsível falência” do grupo, sabemos que não existe qualquer fundamento para encerrar a TSF. Facto é que as mais recentes declarações do CEO do GMG que, em entrevista ao jornal ECO, mostram que a TSF é para continuar. No entanto, a nota de que a TSF “tem de ser renovada, para não dizer refundada”, fazem soar os alarmes. Uma TSF “refundada” não será nunca a TSF! Será outra coisa qualquer”, escrevem.

Assim, “os trabalhadores reunidos em Assembleia apelam a um sobressalto cívico”. “A sociedade deve estar ciente de que a mudança da linha editorial da TSF, agrava a atual conjuntura da comunicação social e representa um claro retrocesso para a democracia em Portugal”, concluem.

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