O "regresso ao 'Passismo'" e o "impasse assustador" no Crossfire entre Cecília Meireles e José Gusmão

30 dez 2021, 00:14

Comentadora CNN e bloquista marcaram presença na antena da CNN Portugal na noite desta quarta-feira

A comentadora CNN Cecília Meireles, do CDS-PP, e o eurodeputado bloquista José Gusmão estiveram esta quarta-feira no ‘Crossfire’ da CNN Portugal, para comentar a entrevista de Catarina Martins à CNN Portugal e debater os anos da Geringonça e as eleições de 30 de janeiro.

José Gusmão começou por lembrar que o seu partido quer continuar a negociar com o PS, apesar do impasse que levou ao chumbo do Orçamento do Estado para 2022:

“Campanhas eleitorais são sempre debates de diferença de ideias. Foi assim em 2015 e isso não nos impediu de fazer um acordo escrito que deu não apenas quatro anos de estabilidade, que António Costa reconhece. O Bloco de Esquerda é o único dos partidos da Geringonça que quis sempre quis negociar”, disse.

Contudo, salienta que a estratégia de António Costa nas negociações do Orçamento era clara: “procurar, através de uma dramatização de uma crise política, conseguir a maioria absoluta, que já tinha pedido em 2015 e 2019, e que as pessoas não lhe deram por saberem o legado das maiorias absolutas”.

Em contraponto, Cecília Meireles afirmou que a experiência da Geringonça foi “má para o país”, que está a assistir a um “passa-culpas” entre os partidos que a compuseram.

“Quando as coisas correm bem, ninguém tenta passar as culpas. Há aqui qualquer coisa que correu realmente mal. No fim disto tudo, não sei onde está a verdade.”

A centrista alertou, também, para um cenário que lhe faz “muita confusão”: o PS não ganhar, António Costa sair, mas mesmo assim existir uma maioria de esquerda que permita que haja um primeiro-ministro que “não foi a votos diretamente”.

Sobre as eleições legislativas de 30 de janeiro, José Gusmão garante que o Bloco “não teme” ser penalizado pela bipolarização e pelo apelo ao voto útil.

“Em 2019 o PS voltou a ensaiar o discurso do voto útil, falou dos ‘empecilhos’ e o Bloco manteve a votação de 2015. As pessoas compreenderam uma coisa muito importante: nós votamos e elegemos uma Assembleia da República com maiorias. O que vai ser determinado é se a direita fica em minoria”.

Acerca deste último ponto, o eurodeputado vaticina que, se as eleições forem participadas, “a esquerda terá maioria”, dado que o “único projeto que a direita tem, o regresso ao ‘Passismo’”, é rejeitado pelos portugueses.

“Se tivermos eleições participadas, a esquerda terá maioria no próximo Parlamento. Aí, por muitas dramatizações que se façam na campanha, vamos ter de nos sentar à mesa”.

Cecília Meireles responde, atira que o “regresso ao ‘Passismo’” é “dramatização e deixa um aviso para o “impasse assustador” que se avizinha.

“Gostaria de perceber onde é que o Bloco estará disponível para ceder onde não esteve até agora. Arriscamo-nos a ficar num impasse que eu acho assustador. A Geringonça não trouxe uma visão de médio-longo prazo, segundo o próprio António Costa. Dava a ideia de que os acordos se faziam ano a ano. Talvez isso explique o problema sério da Saúde”, vincou.

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