V. Guimarães-Marítimo, 1-1 (crónica)

8 jan 2001, 23:41

Estreias para esquecer histerias Sem surpresas, o Marítimo apostou no contra-ataque e conseguiu ser exemplar num lance que poderia ter sido suficiente para a vitória. Porfírio e Manoel estrearam-se a marcar, Gilmar e Nandindo jogaram pela primeira vez neste campeonato. Uma noite de estreias, num Estádio histérico, que não deixa de vibrar com todos os lances da equipa.

A histeria não termina. Os adeptos vimaranenses continuam a acreditar na equipa, gritam em cada lance que passa, não deixam de incentivar jogadores moribundos, em busca de algo positivo, mesmo que possa ser imerecido. Mais uma vez apunhalado logo no início do jogo, o V. Guimarães teve de voltar a combater fantasmas e lutar até à última gota de suor.  
 
Nelo Vingada, como qualquer treinador, sabia que o adversário apresentava-se em campo com o orgulho ferido e apostou num esquema táctico que está a tornar-se recorrente. Meio-campo muito povoado e dois avançados bem rápidos na frente, numa clara aposta no contra-ataque. Logo na primeira vez em que os madeirenses criaram espaços para testar a estratégia, Joel e Porfírio foram exemplares, tomando de surpresa Geraldo e William. Mais uma vez, o Guimarães na pele de derrotado.  
 
A sorte dos vimaranenses é que pouco mais saiu realmente bem ao adversário e, apesar de algumas bolas perdidas, a equipa cresceu e chegou com relativa facilidade ao empate. Depois de Porfírio ter apontado o primeiro golo no campeonato, Manoel não tremeu quando teve de apontar o penalty (duvidoso) e, também ele, passou a figurar na lista daqueles que dão alegrias aos adeptos. Pela primeira vez como titular, o guarda-redes Gilmar deixou de ser intransponível como foi ao longo do encontro.  
 
Pressionada pela ausência de vitórias, a equipa de Álvaro Magalhães continuou a lutar, embora quase sempre atabalhoadamente e órfã de criatividade. O Marítimo cumpria os seus propósitos, jogando de forma tranquila, trocando a bola ao primeiro ou segundo toque e esperando uma desatenção do adversário. Este factor foi puramente enervante, nomeadamente para Soderstrom, Paiva e Maurílio, que não conseguiam libertar-se da camisa de forças apertada por Nelo Vingada. Álvaro quase enlouquecia, pulando e gritando aos seus.  
 
Sem soluções, o treinador vimaranense tentou contrapor a sobranceria do opositor, que se dava ao luxo de refrescar o ataque, com a substituição de Porfírio e Sumudica por Lagorio e Musa Shannon. A reacção natural foi colocar o estreante Nandinho no lugar de Fangueiro, que nunca conseguiu ultrapassar Mariano no flanco direito. Voluntarioso, o ex-benfiquista soube criar espaços e jogar com o seus colegas, dando uma lição de colectivismo aos colegas. Porém, mesmo assim, nada de novo aconteceu e foram os madeirenses que ainda arrogaram criar maior perigo, obrigando Tomic a assumir protagonismo.  
 
Ao contrário do que Álvaro Magalhães disse no final do jogo, não houve apenas uma equipa a atacar, mas duas equipas com estados de espírito bem diferentes. O Marítimo conseguiu o que queria (o empate) e o Vitória continua sem alcançar o triunfo em casa, que aconteceu pela última vez a 4 de Novembro, frente ao E. Amadora.

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