Farense-V.Guimarães, 1-1 (crónica)

13 jan 2001, 19:34

Quando o jogo começa aos 77 minutos Foi preciso esperar 77 minutos até que, finalmente, aconteceu qualquer coisa no Estádio São Luís. A partir daí, do golo do Guimarães, houve emoção, futebol e um disparate de Geraldo a permitir o empate da equipa da casa.

Percebeu-se ao fim de um quarto de hora de Farense-V.Guimarães que para haver golos só havia duas hipóteses: ou um dos 22 jogadores arrancava um momento de génio, ou um dos 22 falhava de forma grave... De preferência as duas coisas, que a tarde era de reflexão e não de inspiração e convinha prevenir. 

Foi isso mesmo que aconteceu, mas foi preciso esperar 77 minutos de jogo. Fangueiro, que já estivera mais de uma hora a tentar passar por Toni, quase sempre em vão, mudou-se para o outro flanco. Combinou o momento de génio no drible em progressão, como quem vem da linha aos ziguezagues, com o falhanço grave do adversário. Carlos Fernandes, a recuar, sem saber se havia de olhar para a bola ou para o jogador, acabou a olhar para ontem. Perdeu, foi passado, Fangueiro seguiu para dentro da área, centrou recuado e Paiva marcou, com alguma sorte à mistura. 

Mas foi preciso esperar 77 minutos. E foi o que as pessoas que estavam no Estádio São Luís fizeram - esperar que alguma coisa acontecesse. Mas foi difícil. 

Farense e Vitória de Guimarães encaixaram-se muito bem e, mesmo sem preocupações frenéticas de marcação, durante quase toda a primeira hora onde havia um jogador de uma equipa... havia um de outra. 

Assim se andou, um remate de Nuno Campos aqui, outro de Fangueiro ali, dois lances do Farense em cima do intervalo, quando finalmente a equipa algarvia soube ultrapassar a armadilha do fora-de-jogo montada pela defensiva contrária... 

Quarenta e cinco minutos para esquecer depressa num jogo em que, ao menos, não choveu.  

Desespero 

Entrou melhor o Farense na segunda parte, criando dois lances de semi-perigo (uma vitória!) nos 10 minutos após sair do balneário. Mais tarde entrou Marco Nuno para animar um ataque amorfo, mas o tempo lá passou até que Fangueiro inventou, Carlos Fernandes falhou e Paiva marcou. 

Os algarvios responderam de pronto, Manuel Balela fez entrar Cavaco e o avançado cabeceou à trave ao fim de um minuto em campo, na sequência de um livre de Djurdjevic. A equipa da casa abandonava todas as preocupações defensivas para se lançar desesperadamente ao ataque. 

O Guimarães tinha tudo para aproveitar os espaços e marcar outra vez, mas antes que isso acontecesse Geraldo lembrou-se de comprovar a teoria inicial - de que golos só com grandes jogadas ou grandes erros. A jogada de Marco Nuno é boa (o extremo farense executa bem) mas pouco original. Em todo o Estádio só o defesa-esquerdo vimaranense não percebeu o que ia acontecer e acabou a agarrar o atacante contrário. 

Hassan marcou o penalty e igualou Pena na lista de melhores marcadores do campeonato. Faltavam três minutos para os 90, a que se juntaram mais quatro de descontos, o Farense acordara sobressaltado com a possibilidade de ganhar um jogo que parecia perdido, depois de quatro partidas sem vencer para o campeonato, mas já era tarde. 

O empate descrevia da melhor forma 75 minutos sensaborões e um quarto de hora de emoção.

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