U. Leiria-Santa Clara, 3-1 (crónica)

10 nov 2002, 19:02

Depois da tempestade, a bonança Foi um difícil regresso às vitórias para a equipa de Cajuda, que viu mudar a maré quando parecia ir afundar-se.

O U. Leiria regressou às vitórias com um difícil triunfo (3-1) sobre o Santa Clara em jogo da 10ª jornada da I Liga. A equipa de Manuel Cajuda chegou a estar imersa no tumultuoso mar açoriano, mas quando estava prestes a se afundar a maré mudou subitamente e foram os insulares que foram engolidos.

Manuel Cajuda apostou num 4x3x3 talhado para o contra-ataque com João Paulo a jogar à frente da defesa apoiado por Alhandra e João Manuel e apostando na velocidade do trio da frente constituído por Maciel, Kibuey e Silas. Manuel Fernandes, por seu lado, manteve o 4x2x3x1, com Kali e Paiva incumbidos de tarefas mais defensivas e João Pedro, Figueiredo e Vítor Vieira no apoio a Ceará.

As muitas ausências no Santa Clara e a má forma física de alguns jogadores mais influentes, casos de Vítor Vieira e João Pedro, tornaram-se evidentes desde os primeiros minutos. A equipa açoriana revelou falta de entrosamento e, principalmente, de pernas para um jogo que se advinhava combativo. O Leiria assumiu desde cedo as despesas do encontro procurando intimidar o adversário com uma forte pressão sustentada na boa marcação de João Paulo e na velocidade dos seus extremos.

No entanto, o Leiria precisa de espaço para jogar e esta tarde teve muitas dificuldades para o conseguir. Os primeiros minutos traduziram-se num longo bocejo, com constantes perdas de bola e frequentes interrupções. A pressão do Leiria acabou por diluir-se assim que o Santa Clara conseguiu colocar alguma ordem nas suas fileiras e só um golo poderia dar outra dinâmica a um jogo que se jogava sem riscos e com pouca vontade de parte a parte.

Edson mudou a má frequência

Foi Edson que se encarregou, na marcação de um livre directo, de mudar a sintonia do jogo para uma frequência muito melhor. Depois de uma simulação de Silas, o esquerdino atirou cruzado para as redes de Fernando e num ápice tudo mudou. O Santa Clara reagiu de imediato, subindo as suas fileiras e o Leiria sorriu com a prespectiva de encontrar espaços para jogar como gosta: em contra-ataque.

Paiva e Kali juntaram-se a Figueiredo no centro do terreno e os açorianos conquistaram de imediato o controlo da partida. O jogo tornou-se, finalmente, emotivo, e chegaram os golos. Primeiro por Ceará a desviar a bola na cara de Costinha. Os adeptos do Leiria mal tiveram tempo para contestar a exibição da sua equipa, porque a bola foi ao centro e Alhandra devolveu a vantagem aos leirinenses antes do intervalo.

Manuel Fernandes arriscou tudo no segundo tempo, procurando refrescar o ataque com as entradas de Bruno Ribeiro e George. Os açorianos instalaram uma linha sobre o meio-campo e prenderam o Leiria no seu terreno. A pressão foi intensa e o golo do empate esteve mais uma vez à vista. Manuel Cajuda desesperava, dando ordens para a sua equipa subir, mas os seus jogadores, asfixiados, não conseguiam colocar em prática as ordens do técnico.

O Leiria parecia condenado a sofrer até final quando a maré mudou subitamente. Primeiro Figueiredo foi expulso por palavras dirigidas a Isidoro Rodrigues e, dois minutos depois, Freddy, aproveitando um desentendimento entre o gigante Aldo e Luís Soares, fez o golo da tranquilidade. Dois golpes profundos que desfizeram a pressão do Santa Clara e deram o jogo por concluído.

O Leiria conseguiu, assim, uma importante vitória que lhe permite subir na tabela classificativa, enquanto o Santa Clara afunda-se com muitos problemas para resolver. Num jogo com poucos casos, Isidoro Rodrigues passou quase despercebido.

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