Éder (U.Leiria): «Disse para mim puta que pariu»

2 fev 2002, 23:00

Defesa diz que foi apenas um desabafo e não se dirigia a ninguém O central do Leiria não se conforma com a expulsão em Alvalade. O palavrão que lhe saíu da boca era apenas um desabafo, não se destinava a ninguém, defende, antes de acusar o árbitro de intencionalidade na mostragem dos cartões.

Éder foi duro em relação à arbitragem de Bruno Paixão no Sporting-União de Leiria e particularmente em relação a Devesa Neto, o auxiliar que deu a indicação da sua expulsão. O central brasileiro dos leirienses garante que não insultou ninguém e que os palavrões que lhe saíram da boca eram apenas dirigidos a si próprio, por frustração. 

«Falei uma expressão que se usa muito no Brasil. Disse para mim puta que pariu. Não sei se ofendi alguém, mas estava a ter um desabafo, não falei para mais ninguém. Estou até com as mãos amarradas, prejudiquei a equipa e posso prejudicar-me a mim. Se olhei para o auxiliar não era essa a minha intenção. Tinha a bola dominada, achei que era nossa e fiquei surpreendido quando ele marcou canto.» 

Éder foi mais longe nas acusações e disse claramente que os muitos cartões mostrados aos leirienses não foram inocentes - é que o Leiria defronta o Boavista na próxima jornada, partida na qual não poderá contar, por castigo, com nenhum dos jogadores que formou o quarteto defensivo em Alvalade: João Manuel, Éder, Renato e Nuno Valente. 

«Senti que estava a ser intencional», admitiu, quanto à proliferação de cartões. «Não gosto de falar de arbitragens, mas hoje senti na pele. É um trabalho de sete meses que pode ser prejudicado num jogo. Com o Boavista espero que não aconteça nada, que o árbitro apite de igual para igual.» 

Os incómodos que o Leiria - até esta jornada no terceiro lugar da classificação - estava a causar, defende o central brasileiro, terão motivado a perseguição. «Acho que o futebol português não vai para a frente por causa disso. Sempre que há uma equipa pequena a intrometer-se nos primeiros lugares não a deixam ir mais além. Os meus colegas diziam-me que haveria de aparecer um jogo em que seríamos prejudicados, mas eu não queria acreditar até que hoje tivemos a prova. O Leiria a cada jogo e a cada minuto que passa mostra o seu valor, mas temos poucos sócios, vai pouca gente ao nosso estádio... É uma equipa pequena, fazer o quê?» 

Éder mostrou ainda esperança de ser despenalizado pela Liga para poder defrontar os boavisteiros. «Espero poder jogar o próximo jogo. Estou inocente, não fiz nada que fuja à regra, não sou violento e não costumo falar palavrões.» 

Mário Reis, treinador leiriense, disse ainda na conferência de imprensa que Éder tinha sido carregado no primeiro golo do Sporting, da autoria de Jardel, na sequência de um canto. O jogador confirma que houve puxões na área mas isenta o avançado brasileiro. «Puxou-me mas quanto a esse lance não tenho nada a reclamar. Acho que foi mérito do Jardel.»

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