Abi, o nigeriano que aterrorizou Rui Jorge

15 out 2001, 20:42

Avançado de 18 anos esteve em destaque no Braga-Sporting

Abi de Abiodun. Nome estranho, mas fácil de fixar. É extremo-direito, nigeriano, tem 18 anos, e optou por jogar em Braga há duas épocas. No passado sábado levou Rui Jorge ao desespero e foi um dos elementos mais importantes para a vitória dos arsenalistas sobre o Sporting. 

Normalmente anda acompanhado por Samson, o outro nigeriano de 18 anos que o clube contratou depois do treinador da equipa B, Toni, os ter observado na Meridean Cup. Jogavam então pela selecção sub-16 da Nigéria. Agora, vivem juntos e têm aulas de português duas vezes por semana desde Dezembro. 

Quase como irmãos, tiveram um percurso similar, começando pela equipa B. Abi marcou 14 golos na época passada e este ano Manuel Cajuda decidiu introduzi-lo no plantel principal, tendo mesmo iniciado o campeonato como titular, com a U. Leiria. Embora Sam se tenha estriado na I Liga primeiro do que o seu «irmão» (a 21 de Janeiro, com o Guimarães), Abi tem ganho maior destaque no momento actual. 

O extremo-direito está «feliz» por ter a oportunidade de jogar em Braga, porque o seu sonho sempre foi «jogar na Europa». Daí o orgulho por ter lido na imprensa que foi considerado o melhor jogador em campo no passado fim-de-semana. Até diz que não correu muito, porém conta com orgulho como se sentiu quando chegou ao café e lhe disseram o que vinha nos jornais: «Quero conquistar o meu lugar, mas reconheço que já foi muito bom ter ajudado a equipa a vencer o Sporting. Sei que recebi os maiores elogios e isso fez-me sentir muito bem, mas quero jogar ainda melhor». 

Abi considera que está a «evoluir muito» e até é positivo jogar na I Liga, onde tem mais espaço para correr e sobressair-se, ao contrário do que acontecia na II Divisão B. «Até é mais fácil», confessa, alertando para o facto de agora os relvados serem maiores. 

Babayaro é a referência 

Natural de Jos, capital do Estado de Plateau, o nigeriano sabe que é fundamental adaptar-se à realidade portuguesa, que considera «muito mais organizado». No balneário, Cajuda «fala sempre em português, o que é positivo», porque assim será mais fácil aprender a língua. O jogador tenta falar, mas o que diz é pouco perceptível. Saúda-se o esforço. 

Em termos mais abrangentes, Abi confessa que o seu grande sonho era «jogar no Real Madrid» e Sam «no Manchester United, a melhor equipa do mundo». Imaginam chegar à Selecção, mas primeiro querem afirmar-se. Enquanto este último idolatrar Kanu, Sam prefere destacar os defesas, embora também goste de Figo. «Os melhore jogadores do mundo são os defesas. Não porque os tenha de defrontar constantemente, mas pelo que representam em campo», refere, apontando o compatriota Babayro (Chelsea) como ídolo.

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