Jaime Pacheco e o sucesso do Boavista

22 dez 2000, 14:57

Três anos de êxitos originam renovação de duas épocas Deixou Guimarães em tons de polémica e chegou ao Boavista para substituir Mário Reis. A partir de Dezembro de 1997, passou a ter o Estádio do Bessa como a casa predilecta e levou os axadrezados à segunda posição. Maisfutebol faz-lhe a cronologia de Jaime Pacheco sob a camisola ao xadrez.

Nem sempre as histórias de sucesso têm passagens carregadas de infortúnio. A caminhada de Jaime Pacheco na sombra do Boavista está a ser percorrida por estradas pouco sinuosas, próximas da grandeza do F.C. Porto, do Benfica e do Sporting. O excelente trabalho possibilitou a tão badalada renovação por duas temporadas, após o recente assédio do clube de Alvalade. O novo vínculo termina precisamente no final do mandato do presidente João Loureiro. Questão de estratégia sob chancela do título? Fica a pergunta, cuja resposta apenas será conhecida com a passagem do tempo... 

Basta retorcer três páginas (leia-se três anos) no livro pessoal do treinador axadrezado para se chegar ao capítulo primeiro. Em meados de Dezembro de 1997, Jaime Pacheco chegava ao Bessa, depois de uma saída polémica de Guimarães. Pela frente, tinha um clube mergulhado nos últimos lugares da classificação, marcado pela impaciência dos sócios em torno de Mário Reis. Havia que começar do zero e moldar a equipa à medida do pergaminho europeu, mas o objectivo não se concretizou por que a última jornada foi madrasta. A derrota diante o Campomaiorense afastou o Boavista da Taça UEFA e a sexta posição acabou por ser um fraco consolo. 

Porém, a época seguinte foi magnífica. O segundo lugar gracejou o Boavista, que lutou até à penúltima jornada pelo título. O desaire diante o Farense reduziu a pó o sonho amordaçado na alma de todos os filiados, apesar de ninguém assumir peremptoriamente o patamar da I Liga. Conclusão: na temporada 98/99, Jaime Pacheco igualou a proeza de José Maria Pedroto, cujo desempenho foi o tónico da segunda posição em 75/76, mas com a diferença de garantir o acesso à Liga dos Campeões, beneficiando da mudança dos tempos. 

Na última época, a equipa axadrezada ficou-se pelo quarto lugar, num campeonato marcado pelo desgaste dos jogos europeus. No início da primeira volta, o plantel quebrou e a máquina de calcular somou resultados menos positivos. Mas a recuperação transformou-se em certeza, após um discurso cauteloso, sob a auspicia da estratégia: não assumir a Taça UEFA. Um bluff que teve resultados práticos. 

Na madrugada de sexta-feira, João Loureiro anunciou a renovação com Jaime Pacheco, por mais duas temporadas, numa altura em que já se disputaram 15 jornadas e o Boavista está a um lugar da liderança, a dois pontos do F.C. Porto. A história promete mais capítulos interessantes... 
 
 

Época

Jornadas

Vitórias

Empates

Derrotas

Lugar

97/98 Guimarães

97/98 Boavista *

8

22

5

13

1

4

2

5

2.º

6.º

98/99 Boavista

34

20

11

3

2.º

99/00 Boavista

34

16

7

11

4.º

00/01 Boavista **

15

9

5

1

2.º

* Substituiu Mário Reis à 12.º jornada. 

** Temporada em curso.

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