Salgueiros-Sp. Braga, 1-0 (destaques)

16 set 2001, 23:13

O «professor» teve a sua pequena vingança Quim e Rui Correia tem as suas carreiras interligadas, mas hoje foi a vez de Rui voltar a vencer. Armando esteve muito certo e Basílio foi o herói.

Quim e Rui Correia

A história das suas carreiras teima em partilhar momentos. Primeiro Quim era o discípulo de Rui Correia no Braga, quando o mais velho deu o salto para o F.C. Porto. Sem oportunidades nas Antas, o «professor» apagou-se e o «aluno» cresceu, até atingir a titularidade da baliza nacional. Foi cobiçado por muitos clubes e o Braga estava a contar vendê-lo durante o último defeso, por isso fez regressar Rui Correia ao 1º de Maio, para o substituir. Só que os negócios com o Celta de Vigo e o Tenerife falharam e Rui optou por transferir-se para o Salgueiros, vestindo a sua terceira camisola numa só época. Hoje, os dois guarda-redes reencontraram-se e mostraram que mantêm as suas qualidades intactas. Fizeram grandes defesas e acabaram por ser as figuras do jogo, embora o «professor» tenha saído por cima, com uma saborosa vitória sobre a sua ex-equipa. 

Armando

Terminada a era de Zé Nuno, Armando veio dar um novo ar ao lado direito da defesa do Braga. Lateral moderno, anulou por completo Caló, que tem sido um dos melhores elementos do Salgueiros neste início de época. Foi o melhor da defesa arsenalista, pois raramente falhou, embora na primeira parte o adversário tenha privilegiado o seu lado para atacar. Está no lance do golo, mas não tem culpa, porque Basílio saltou melhor. 

Toy

Ponta-de-lança batalhador, Toy resolveu facilmente o problema de marcação por parte dos centrais do Braga. Tal como Mantorras faz muitas vezes no Benfica, o avançado do Salgueiros também recuou várias vezes até à linha de meio-campo para partir com a bola controlada para o ataque, pois só assim conseguiu criar espaços para as jogadas de perigo. Conseguiu rasgar algumas vezes a defesa arsenalista, mas acabou por não conseguir arranjar espaços para rematar. É o melhor avançado do Salgueiros, mas a equipa precisa de golos e Toy não está a conseguir marcá-los. 

Basílio

Entrou a vinte minutos do fim e foi decisivo. Atirado para o banco devido ao excelente início de época de Caló, o extremo-esquerdo não teve muitas oportunidades para mostrar serviço ao treinador, mas deu-lhe aquilo que tanto desejava. Marcou o golo e foi o herói do jogo. 

Paulo Gomes

Na sua estreia como titular do Braga tinha a complicada função de ocupar o lugar que tradicionalmente é de Barroso. Com o habitual «trinco» castigado, Paulo Gomes teve de aguentar 90 minutos de muito trabalho, quando há muitos meses não o fazia, pois no Guimarães nunca foi opção para Augusto Inácio. Muito duro, mas quase sempre dentro dos limites, viu o seu trabalho crescer a partir do momento em que Odair foi expulso. Teve de segurar o meio-campo e até esteve melhor do que Castanheira, que definitivamente esta época não está a conseguir chegar aos níveis exibicionais do passado, compreendendo-se, assim, porque é que Cajuda aposta em Tiago. 

Abiodum

Chamam-lhe o «Mantorras de Braga», mas é claro que a comparação é exagerada. Foi, de qualquer forma, o elemento mais batalhador do ataque arsenalistas, nunca desistindo dos lances e criando várias situações de embaraço para a defesa adversária. Rápido e com boa técnica, o nigeriano teve a sua melhor oportunidade já na segunda parte, quando ganhou o lance na direita, aproveitou a saída intempestiva de Rui Correia da baliza e acabou por precipitar-se ao rematar muito ao lado, quando tinha a baliza completamente deserta. O legado de Luís Filipe continua a pesar, mas também aqui se compreende a escolha do treinador, dado que Abioudum é muito mais trabalhador, incisivo e perigoso do que Bakero.

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