Príncipe André perde títulos militares e reais devido a julgamento pelo crime de abusos sexuais

13 jan 2022, 17:27
Príncipe André (Associated Press)

O anúncio surge um dia depois da decisão de um juiz da cidade de Nova Iorque de fazer avançar com o processo de crimes de abuso sexual de que o Príncipe André é alvo

O Príncipe André, filho da rainha Isabel II, vai perder títulos militares e reais, deixando de ser tratado por 'Sua Alteza Real', na sequência do julgamento pelo crime de abusos sexuais de que é alvo, avançou a Família Real, em comunicado.

"Com a aprovação e acordo da Rainha, as afiliações militares e patrocínios Reais do Duque de Iorque foram devolvidos à Rainha", pode ler-se no comunicado divulgado pelo Palácio de Buckingham, citado por aquela estação televisiva.

No mesmo comunicado, refere-se ainda que "o Duque de Iorque vai continuar sem assumir nenhum cargo público e está a defender este caso enquanto cidadão privado".

O anúncio surge um dia depois da decisão de um juiz da cidade de Nova Iorque, Lewis Kaplan, de fazer avançar com o processo de que o Príncipe André é alvo.

O que está em causa?

Em 9 de agosto passado, o Duque de Iorque, de 61 anos, foi envolvido num processo que deu entrada no tribunal federal de Manhattan pelas mãos dos advogados de Virginia Giuffre, que em comunicado dizia que queria provar que tinha sido traficada e abusada sexualmente pelo membro da família real britânica.

Segundo a acusação, que envolve um pedido de indemnização e punição, não divulgados, o príncipe terá abusado de Giuffre em várias ocasiões, quando esta tinha menos de 18 anos. E relata que, numa ocasião, o abuso sexual terá ocorrido em Londres, na casa de Ghislaine Maxwell, recentemente condenada por tráfico sexual, quando Epstein, Maxwell e o príncipe André alegadamente a forçaram a ter relações sexuais com o príncipe contra a sua vontade.

Noutra ocasião, o príncipe terá abusado sexualmente de Giuffre na mansão de Epstein em Nova Iorque, quando Maxwell alegadamente forçou Giuffre e outra vítima a sentarem-se no colo do príncipe André enquanto ele a tocava, frisa o processo. A acusação alega ainda que André terá abusado sexualmente de Giuffre numa ilha particular de Epstein, nas Ilhas Virgens.

Durante cada um dos alegados atos, Giuffre diz que recebeu “ameaças expressas ou implícitas” de Epstein, Maxwell e/ou André para se envolver em atos sexuais com o príncipe, pode ler-se ainda.

O processo aponta ainda que o príncipe André sabia a idade da vítima naquela altura e que, não obstante, procedeu “com o propósito de satisfazer os seus desejos sexuais”.

O Príncipe André nega veementemente as acusações e qualquer comportamento impróprio, alegando que nunca se encontrou com a mulher em causa, e ainda pode recorrer da decisão do juiz de Nova Iorque.

Se todos os recursos forem negados e não houver acordo entre as partes, este julgamento poderá ser realizado entre setembro e dezembro de 2022.

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