PCP acusa Zelensky de "personificar a xenofobia" e de estar "rodeado de nazis" - e é por isso que não o vai ouvir na AR

20 abr 2022, 17:45

Presidente ucraniano vai dirigir-se esta quinta-feira ao Parlamento português pelas 17:00

O PCP anunciou esta quarta-feira que não vai marcar presença na Assembleia da República durante o discurso do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. A decisão dos comunistas surge depois de o partido ter votado contra a presença do chefe de Estado ucraniano no Parlamento.

A justificação foi dada pela líder parlamentar comunista, Paula Santos, que diz que Volodymyr Zelensky é alguém que "personifica um poder xenófobo e belicista".

“O PCP não participará numa sessão da Assembleia da República concebida para dar palco à instigação da escalada da guerra, contrária à construção do caminho para a paz, com a participação de alguém como Volodymyr Zelensky, que personifica um poder xenófobo e belicista, rodeado e sustentado por forças de cariz fascista e neonazi, incluindo de carácter paramilitar, de que o chamado Batalhão Azov é exemplo”, sustentou a líder parlamentar comunista, Paula Santos, em conferência de imprensa no Parlamento.

A deputada acrescentou que a sessão solene, que vai decorrer esta quinta-feira, com início previsto para as 17:00, é um “ato de instrumentalização de um órgão de soberania, orientado não para contribuir para um caminho de diálogo que promova o cessar-fogo”.

Na opinião de Paula Santos, a presença do Presidente ucraniano no parlamento português, ainda que por videoconferência, apenas vai “animar a escalada da guerra e da confrontação” político-económica e militar, que “comporta riscos imensos para o mundo”.

Zelensky simboliza um poder que “há oito anos ataca e massacra a própria população ucraniana na região do Donbass e elimina quem se lhe opõe”, e que promove a “perseguição política”, nomeadamente através da “ilegalização do Partido Comunista da Ucrânia”, argumentou a líder da bancada comunista .

“Um poder que ao mesmo tempo enaltece os colaboracionistas das SS nazis na II Guerra Mundial e branqueia as suas atrocidades cometidas contra as populações da Ucrânia e da Polónia”, acusou.

Paula Santos disse que o PCP “não tem nada a ver” com o Governo russo e o seu Presidente, Vladimir Putin: “A opção de classe do PCP é oposta à das forças políticas que governam a Rússia capitalista e dos seus grupos económicos”.

Questionada sobre que soluções aponta o PCP para a resolução do conflito, a dirigente comunista disse que “está claro” que as sanções económico-financeiras implementadas pela comunidade internacional contra a Rússia “não são solução nem para o conflito, nem é solução para os povos da Europa”.

Face à insistência dos jornalistas, Paula Santos respondeu apenas que é “necessário que haja uma solução que permita encontrar um compromisso, que tenha em conta os diferentes interesses e que permita o diálogo”.

“Não é pelo caminho que estamos a ver”, prosseguiu a deputada, insistindo que a intervenção de Zelensky nos diferentes parlamentos “não é um contributo para a paz” por haver "um apelo" do Presidente ucraniano "à intervenção e participação" da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) no conflito.

Volodymyr Zelensky tem falado em vários parlamentos por todo o mundo, e prepara-se agora para o fazer também em Portugal.

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