«Empate é tremendamente injusto», diz José Mota

29 set 2001, 20:41

Paços de Ferreira-Braga, 0-0 (reportagem) O treinador do Paços não escondeu críticas à arbitragem e lamentou-se pela repetição de «erros sucessivos» contra a sua equipa. Cajuda lembrou um golo na sua opinião mal anulado, mas teceu elogios gerais.

José Mota, o treinador do Paços de Ferreira, não se conformava, no final, com o desfecho desta partida: «O resultado é tremendamente injusto para os meus jogadores. O Braga conseguiu um empate com muita felicidade, porque fomos a equipa mais dominou, que mais atacou e que mais procurou vencer». 

O técnico do conjunto pacense mostrou-se «satisfeito» com a atitude dos seus jogdores: «Gostei da minha equipa. Foi uma equipa dinâmica, que explorou bem as alas, que fez muitos cruzamentos para golo, que procurou a sorte. Mas ele não tem aparecido, tem estado arredada do nosso caminho. E muitas vezes é ela que faz a diferença no futebol». 

Apesar de ter tentado, o treinador do conjunto pacense não conseguiu evitar uma crítica acirrada ao trabalho do árbitro: «Errar é humano, mas é estranho que a tendência seja sempre a mesma. Em sete jogos, os prejudicados fomos sempre nós e os beneficiados sempre os nossos adversários! Porque será? Será que estamos a pagar pelo fracasso de outros? Os meus jogadores sei que posso sempre contar com eles, do mesmo modo que eles sabem que podem contar comigo. Se calhar, isso não se passa noutros clubes, talvez seja por isso que nós estamos a pagar... Mas não podemos admitir que isto continue assim...» Desenvolvendo as lamentações em relação à arbitragem, Mota sublinhou que «se não fosse a grande dignidade e o grande carácter dos meus jogadores, estaríamos aqui a lamentar-nos de coisas muito mais graves». 

Um dos pontos que Mota critica é a expulsão do médio pacense Miguel Xavier: «Foi errada essa expulsão. Claro que a partir daí o Braga teve um certo domínio no meio-campo, mas nunca deixámos que o adversário controlasse o jogo».  

«É a segunda vez que nos invalidam um golo legal» (Manuel Cajuda) 

Do lado bracarense, Manuel Cajuda, o treinador do conjunto arsenalista, também se queixou de um julgamento do João Ferreira: «É a segunda vez que em jogos fora nos invalidam um golo legal. Não estou com isto a queixar-me do árbitro, acho até que no geral fez um bom trabalho, mas estou só a assinalar o facto». 

Falando sobre o jogo, Cajuda referiu: «Já estava à espera de uma partida muito disputada. Foi o que aconteceu. Para nós, foi melhor do que no ano passado, porque nessa altura perdemos e agora empatámos. Tinha avisado os meus jogadores que depois de uma vitória de 6-0, havia, neste jogo, que usar outro tipo de argumentos, outro tipo de virtudes, e isso confirmou-se. A nossa equipa tem uma grande capacidade técnica e provou que também sabe lutar». 

O técnico bracarense lembrou que «o Paços precisava de se reconciliar com o seu público», facto que apontou como sendo mais um entrave ao sucesso da sua equipa. Questionado sobre a questão de não ter aproveitado para marcar quando o Paços só estava com dez, Cajuda lembrou: «A nossa equipa ainda está em coinstrução. Há jogadores que ainda não aprenderam totalmente a leitura táctica das diferentes fases de um jogo. Recordo que tenho miúdos com 18/20 anos, como o Tiago, o Abiodun, o Puma, entre outros. É nessas alturas que se nota alguma inexperiência, mas isso é normal...» 

E Zé Roberto, por que é que saiu? Cajuda garante que por meras limitações físicas: «Não foi pelo ambiente hostil, que até nem era assim tão hostil porque as pessoas de Paços de Ferreira são correctas, que o Zé Roberto saiu. Ele merece-me todos os elogios, porque anda há algum tempo a jogar com um grande esforço físico. Ainda não está apto para mais do que 50 minutos de jogo... Foi só por isso que ele saiu. O Zé Roberto é profissional e sabe que tem que passar por cima de assobios».  

Em relação à dupla Paulo Gomes/Tiago, Cajuda reconheceu ter gostado «tal como tenho gostado nos últimos tempos». E quando Barroso regressar? «Esse é daqueles problemas que não me importo de ter... Tentarei resolver isso da melhor forma...»

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