F.C. Porto: oito jogadores foram sempre titulares em França

18 jul 2001, 14:49

Um onze que vai ganhando forma A estrutura já tem um desenho bastante nítido. Faltam descobrir quais serão os retoques finais

Os três jogos que o F.C. Porto efectuou em França mostraram, de uma forma talvez mais esclarecedora do que se esperava para esta altura, sinais interessantes sobre como poderá ser o jogo portista em 2001/2002. 

Já muito se escalpelizou sobre a mudança de fundo de Fernando Santos para Octávio Machado: de um 4x3x3 apoiado na importância dos extremos, para um esquema de jogo muito mais flexível e baseado no alargamento do meio-campo. 

O jogo de ontem com o Celtic provou, no entanto, que a forma como esse meio-campo se disporá não está ainda totalmente definida. O losango identificado em Auxerre e com o Racing foi ontem substituído por um sistema de médios de contenção ¿ Paredes e Soderstrom ¿ e três jogadores atrás do ponta-de-lança: Cândido Costa, Deco e Rafael, no caso. Mas mesmo este esquema se revelou bastante moldável: Rafael recuava muito mais no terreno do que Cândido Costa, por exemplo. 

Exactamente por isso, Octávio insiste na tese segundo a qual mais importante que o modelo é «a dinâmica». Há que adequar o esquema da equipa ao estilo de jogo do adversário e às características dos jogadores que tem em cada situação. Isso já se notou em Rafael e Soderstrom: o brasileiro jogou a médio-direito em Auxerre, enqunto ontem actuou sobre a esquerda, mais solto e com menos obrigações defensivas; Soderstrom foi médio-esquerdo nos dois primeiros jogos e ontem surgiu ao lado de Paredes, como médio-centro, um lugar que nos parece mais adequado às qualidades do sueco. 

Um onze que vai ganhando forma 

Dúvidas parecidas suscitam Paredes (trinco ou médio-esquerdo?), Costinha (trinco ou médio-direito), entre outros casos. São dúvidas normais para esta altura da época, mas não deixa de ser significativo que três jogos já tenham mostrado tanta coisa sobre o onze-base. Vejamos os três onzes ensaiados por Octávio: 

Racing, 0-F.C. Porto, 7: Ovchinnikov; Secretário, Jorge Andrade, Jorge Costa e Mário Silva; Costinha, Paredes, Deco e Soderstrom; Capucho e Pena 

Auxerre, 1-F.C. Porto, 0: Ovchinnikov; Secretário, Jorge Andrade, Jorge Costa e Mário Silva; Rafael, Paredes, Deco e Soderstrom; Capucho e Pena 

F.C. Porto, 1-Celtic, 0: Ovchinnikov; Secretário, Jorge Andrade, Jorge Costa e Mário Silva; Paredes e Soderstrom; Cândido Costa, Deco e Rafael; Pena  

Vemos, pois, que a estrutura-base já existe. Ovchinnikov, Secretário, Jorge Andrade, Jorge Costa, Mário Silva, Paredes, Deco e Pena são os oito totalistas nos três onzes. Costinha só foi uma vez, mas depois ficou de fora por problemas físicos; Rafael só entrou ao segundo jogo, também devido a problemas físicos; Capucho só não entrou de início com o Celtic, mas jogou na segunda parte; Cândido Costa foi a experiência à direita no esquema de 4x2x3x1. 

Há que contar, no entanto, com dois casos especiais: Ibarra e Quintana. O argentino ainda não se estreou com a camisola do F.C. Porto, mas em função das credenciais que apresenta é a mais forte hipótese para o lugar de lateral-direito. Quintana jogou poucos minutos frente ao Auxerre e com o Celtic, vê-se que é bom jogador, mas ainda é muito cedo para o avaliar de forma segura. Pode, no entanto, entrar nas contas do onze. 

-- De tudo isto, ressalta o seguinte onze-base: 

OVCHINNIKOV

IBARRA (ou Secretário)

JORGE ANDRADE

JORGE COSTA

MÁRIO SILVA

COSTINHA (ou Rafael)

PAREDES (ou Quintana)

DECO

SODERSTROM (ou Paredes, se Quintana for titular)

CAPUCHO

PENA 

Um onze que se esboça de forma cada vez mais clara. Rafael e Quintana serão jogadores que a todo o momento poderão ganhar um lugar sem ser entre parêntesis.  
 

-- No caso de o esquema ser um 4x2x3x1, como foi usado ontem com o Celtic, o onze-base poderá ser algo como isto: 

OVCHINNIKOV

IBARRA (ou Secretário)

JORGE ANDRADE

JORGE COSTA

MÁRIO SILVA

PAREDES

COSTINHA (ou Quintana)

RAFAEL

DECO

SODERSTROM (ou Alessandro)

PENA 
 

Exercícios de antevisão, necessariamente falíveis, mas que retratam aquilo que Octávio experimentou neste estágio em França. Aguardemos pelos próximos jogos.

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