Simão: «Acredito que este vai ser o meu ano»

4 ago 2000, 00:09

Serra Ferrer continua a apostar no internacional português Na vitória do Barcelona sobre o Arsenal (2-1), Simão Sabrosa alinhou de início, num «onze» fortíssimo que incluía Overmars, Guardiola, Gerard e Kluivert. Apesar das dificuldades trazidas pelo novo sistema táctico, o extremo português respira optimismo em relação ao futuro na Catalunha.

A vitória que o Barcelona conseguiu ontem, diante do Arsenal, na primeira jornada do Torneio de Amesterdão, teve um sabor especial para Simão Sabrosa. O português voltou a receber sinais encorajadores do técnico Serra Ferrer, que o colocou a titular, numa equipa recheada de estrelas. 

Simão actuou durante 45 minutos, sobre o flanco direito e, em conversa com Maisfutebol, pouco depois do final do jogo, confirmava as grandes esperanças que deposita na sua segunda época na Catalunha: «Felizmente está tudo a correr-me bem. Estes jogos de pré-temporada são muito importantes, em especial a partir do momento em que defrontamos adversários de boa cotação internacional, como é o caso do Arsenal». 

As palavras elogiosas do técnico Serra Ferrer, que além de exprimir a vontade de contar com Simão no plantel já afirmou estarmos perante uma época decisiva para o futuro do jovem extremo português, não deixam Simão indiferente: «O treinador tem mostrado confiança em mim, e felizmente as oportunidades começam a aparecer. Ainda há muito trabalho pela frente mas, se Deus quiser, acredito que este vai ser o meu ano de afirmação no Barcelona». 

As exigências do novo sistema táctico 

No primeiro teste «a sério» ao novo sistema táctico de Serra Ferrer, o Barcelona deu bons indícios. Simão gostou da experiência, embora o sistema de jogo não lhe seja particularmente favorável: «Estamos a mudar a maneira de jogar. Actuamos apenas com três defesas, pelo que os jogadores dos flancos têm muito mais trabalho defensivo para efectuar».  

Uma forma de jogar, em 3-4-1-2, que obriga o português a recuar no terreno e lhe retira algum protagonismo ofensivo. A comparação com o modelo táctico de Van Gaal é inevitável: «Sinceramente, penso que este sistema é mais difícil para as minhas características do que o do ano passado. Mas nada que os treinos e a capacidade de adaptação não possam resolver. E como o treinador tem tido palavras encorajadoras a meu respeito, estou bastante optimista em relação ao futuro», afirmou o jovem português. 

Ao intervalo, Simão cedeu o lugar a Gabri. Curiosamente, o seu parceiro do flanco oposto também foi substituído. O facto de ele se chamar Marc Overmars foi um motivo suplementar de curiosidade, dado que o extremo holandês fazia o seu primeiro teste exigente com a camisola «blaugrana»: «O Overmars adaptou-se muito bem, como é normal nos grandes jogadores. Acho que não vai ter problemas em afirmar-se na equipa. Para nós, foi fácil jogar com ele». 

«Contente por Rivaldo» 

Quem não jogou de início, mas entrou na segunda parte, foi o brasileiro Rivaldo, que nos últimos dias chegou a acordo com a direcção do Barcelona para continuar ao serviço do clube. Boas notícias para Simão, que para além de admirar as qualidades futebolísticas do brasileiro tem com ele uma forte relação de amizade: «A permanência do Rivaldo foi óptima para o Barcelona. É um craque em todos os aspectos, não apenas dentro do campo. Particularmente, fiquei muito satisfeito com a forma como as coisas se resolveram, até porque sabe bem continuar a falar português no balneário, e nas viagens...». 

Com Louis Van Gaal, ex-treinador do Barcelona e actual seleccionador holandês, a assistir ao jogo nas bancadas do Arena («apercebi-me de que ele estava lá, mas não tivemos oportunidade para falar»), Simão actuou com a camisola número 7, que nas últimas cinco épocas foi monopolizada por Luís Figo.  

Mas nada de conclusões precipitadas, alerta o jogador: «Isso não teve muita importância porque jogámos com as camisolas de 1 a 11, ainda não foram atribuídos os números definitivos para o resto da época. Em princípio vou manter o meu número, que como se sabe é o 20. De qualquer maneira, o 7 não me pesou nas costas, nem atribuí grande significado a essa coincidência», refere Simão Sabrosa. 

O português confirma que, em termos pessoais, quer ganhar espaço para afirmação na equipa, ao mesmo tempo que apresenta um discurso ambicioso em relação aos objectivos da equipa: «O Barcelona entra sempre para ganhar todas as provas. Naturalmente que a Liga dos Campeões é uma das grandes ambições deste clube, se não mesmo o maior. Mas já o ano passado foi assim, e as coisas não correram tão bem como esperávamos», alerta.

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