Está na final de singulares e pares, após 31 vitórias seguidas Vai na 31ª vitória seguida, num ano dourado. Para prosseguir com a boa estrela, Venus Williams está a caminho de duas medalhas de ouro nos Jogos de Sydney, na sua estreia olímpica.
Vitória atrás de vitória, 2000 tem sido um grande ano para Venus Williams. Vencedora do Torneio de Wimbledon e do Open dos EUA, 3ª no ranking mundial, a tenista americana vai em 31 vitórias seguidas e é ainda a grande favorita à conquista do torneio olímpico de ténis, na sua estreia nos Jogos. Aliás, mantém-se na luta por duas medalhas de ouro, já que também está na final de pares, com a sua irmã Serena.
O ténis corre no sangue da família Williams. Venus nasceu há 20 anos na Califórnia e cedo descobriu as suas potencialidades como tenista, ao lado da sua irmã, um ano mais nova, e aliciada pelo pai, Richard Williams, o grande impulsionador da carreira de ambas, eterna presença ao lado de Venus e Serena.
Aos quatro anos a mais velha das manas Williams já treinava nos «courts» de Tenis de Compton, na sua terra natal. A subida foi a pulso, como a família Williams gosta de lembrar, recordando que a vizinhança onde Serena e Venus passaram a infância não era muito recomendável.
A primeira vitória como profissional aconteceu em 1994, em Oakland - venceu Shaun Stafford, 59ª do ranking mundial da altura. No entanto, perdeu em seguida com a espanhola Arantxa Sanchez, então número 2 do mundo.
Em 1997, em Indian Wells, Venus ocupava o 211º lugar no ranking mundial e derrotou pela primeira vez uma tenista do Top 10, Iva Majoli, alcançando os quartos-final do torneio, onde perderia com Lindsay Davenport. Ainda no mesmo ano chegou às finais do Open dos EUA, tornando-se a primeira mulher a chegar à final logo na estreia, desde Pam Shriver, em 1978.
Com as suas originais performances em competição, as trancinhas como imagem de marca e uma postura que muitos consideram arrogante, a jovem americana foi-se impondo no circuito mundial.
«Muita gente não entende o que sou e nem quer saber. Não sei porque falam tanto de mim. Não vou a torneios para fazer amigos, ir a festas ou conversar. Eu vou para ser a melhor, não quer com isto dizer que seja má ou cruel», afirmou Venus.
O pai, super-protector das suas atletas, também tem explicação para o olhar destemido que caracteriza a sua filha mais velha: «Viemos do ghetto. Venus é uma cinderela do ghetto. E as pessoas do ghetto não ficam nervosas. Já alguém viu o Mike Tyson nervoso?»
A relação com Serena, a irmã, é um misto de equipa com competividade. Em 1999, enquanto Venus vencia o Torneio de Oklahoma, Serena ganhava o Paris Indoor. Em 1999, venceram juntas a competição de pares de Roland Garros.
Serena é hoje quinta no «ranking» mundial, parecendo dar razão a Venus, que um dia, quando lhe perguntaram quem era a adversária que mais temia no futuro, deu em resposta o nome da sua irmã.
