Brasil: quem quer tramar Scolari?

8 out 2001, 12:29

O mais difícil parece mais perto que nunca

O que mais poderá acontecer a Luiz Felipe Scolari? Quando chegou ao comando técnico do «escrete», era o homem do consenso, deixando para trás um projecto de sucesso em Belo Horizonte, ao serviço do Cruzeiro. Teve o azar de apanhar a selecção brasileira no pior momento de todos os tempos, com a qualificação para o Campeonato do Mundo pela primeira vez seriamente ameaçada. Na altura, mais ninguém queria a responsabilidade. Wanderley Luxemburgo tinha acabado de deixar o cargo depois de paupérrimas exibições na Taça das Confederações. 

Scolari não foi o milagreiro. O Brasil não passou de imediato a jogar bem. Foi somando pontos com dificuldade. As exibições não eram as melhores. Mas o apuramento passou a estar mais perto, com alguns triunfos, como o deste domingo, frente ao Chile, a revelarem-se cruciais.  

Agora, o seleccionador queixa-se que alguém lhe está a tentar passar a perna. Traí-lo pelas costas. Aproveitar que o mais difícil, leia-se a qualificação, está praticamente garantida. «Quando a água estava na garganta ele [Carlos Alberto Parreira] não aceitou. Eu aceitei, agora estamos mais perto da qualificação e ele quer o meu lugar», afirmou. 

Parece ser uma situação do futebol do terceiro mundo, mas ao que parece Parreira já terá dado a entender que aceitaria o convite, caso este lhe fosse feito, a alguns meios de comunicação social. Felipão ficou chateado e agora até pode deixar, pelo seu próprio pé, a selecção. «Quando cheguei, o meu objectivo era a qualificação. Depois de alcançar esse objectivo, Ricardo Teixeira tem autonomia para fazer a mudança que quiser», concluiu.

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