Jorge Costa optou pelo silêncio, que foi partilhado pelos restantes colegas A reacção do «capitão» às considerações do avançado não surgiu e ninguém quis assumir uma posição frontal sobre o caso no final do treino desta terça-feira. Cândido Costa foi o único a reconhecer que a equipa «não fez um grande jogo» em Leiria, mas também optou por não abordar o assunto mais premente.
Um dia estranho, em quo plantel se fechou sobre si próprio depois da polémica entrevista de Pena ao jornal «O Jogo». O principal visado, Jorge Costa, remeteu-se ao silêncio e pediu desculpa por «não prestar declarações». Ficava a certeza de já ter tomado conhecimento da realidade, o que não o impediu de responder às solicitações dos adeptos, como sempre.
Com o «capitão» silenciado, quase todos respeitaram a opção e preferiram negar educadamente a oportunidade do comentário. Os jogadores saíram de forma pausada e sem sinais visíveis de indignação. Apenas Cândido Costa acedeu ao apelo dos jornalistas, que procuravam uma reacção do balneário.
«Na verdade não fizemos um grande jogo. Estamos todos tristes por isso», começou por referir o extremo-direito, vincando a ideia de que é necessário «dar a volta por cima para dar mais alegrias aos sócios e essa vontade já começou a sentir-se no treino de ontem». Na sua opinião «a equipa tem dado o seu melhor e as pessoas têm de ter respeito por isso».
No que diz respeito ao assunto mais premente, Cândido não se mostrou tão aberto a considerações. «Não comento isso, peço desculpa», «não falo sobre isso», respondeu repetidamente quando confrontado com questões sobre a entrevista concedida por Pena. Nem desta forma foi possível saber qual o sentimento dos portistas.
O único sinal de indignação, embora encapotado, foi demonstrado pelo técnico-adjunto Rodolfo Reis, que abordou o jornalista que entrevistou Pena e lhe perguntou se o jogador utilizou mesmo os termos publicados e chamados à primeira página. O alvo era um palavrão proferido por Pena e reproduzido pelo jornal, que o treinador aproveitou para aplicar numa consideração ao repórter.
A equipa voltou a trabalhar no campo nº 3, repetindo uma fórmula retomada ontem depois de longa ausência. Sem vários jogadores brasileiros, que foram passar a época natalícia com a família ao seu país, Fernando Santos optou por apurar aspectos de finalização. Na habitual peladinha, Maric apresentou-se em bom nível, tendo marcado um golo e enviado uma bola ao poste e outra à barra. Chainho, Drulovic e Romeu apontaram os restantes tentos.
Aloísio foi a ausência mais notada no treino desta terça-feira. Segundo o boletim clínico fornecido ao início da tarde, o defesa-central tem uma contusão na coxa esquerda e hoje só efectuou trabalho de ginásio, suspeitando-se que a lesão tenha sido contraída na sessão de ontem. Alenitchev também não subiu ao relvado, pois continua a cumprir o plano de recuperação de uma contractura muscular na coxa direita. Nélson regressou aos treinos depois de ontem ter gozado folga, dado que jogou no domingo pela equipa B, e Maric ainda teve que cumprir trabalho suplementar de ginásio.
Entretanto, hoje à noite realiza-se o jantar de Natal do F.C. Porto, no Casino da Póvoa de Varzim. O plantel volta a treinar amanhã, pelas 10 horas.
