O homem que vai deixar o futebol por não querer trocar a camisola

22 abr 2001, 00:55

Alex Nyarko reage a quente após incidente com adepto O médio ganês do Everton anunciou este sábado a sua intenção de abandonar o futebol. Porquê? Porque um adepto do seu clube entrou em campo a propor-lhe uma troca de camisolas com o jogo a decorrer...

O médio ganês Alex Nyarko anunciou este sábado a sua intenção de abandonar o futebol, na sequência de um estranho incidente com um adepto do seu clube, o Everton, no decorrer do jogo com o Arsenal, que os toffees perderam por 4-1. 

Segundo palavras do próprio Nyarko, aconteceu que, a meio da segunda parte, um adepto do Everton entrou em campo e dirigiu-se-lhe em termos ofensivos, propondo-lhe uma troca de camisolas, numa sugestão de que o internacional ganês não era digno de envergar as cores da equipa de Liverpool. Após o incidente, Nyarko pediu de imediato a substituição, o que foi aceite, de forma contrariada, pelo técnico Walter Smith. 

Visivelmente abalado, Nyarko declarou no fim do jogo: «Vim para o Everton quando podia ter aceite outras propostas, nunca criei problemas a quem quer que fosse, e estou contente com o meu rendimento no clube. Mas não posso continuar assim. Vivo perfeitamente sem o futebol e é isso que vou fazer de agora em diante. É a quarta ou quinta vez que isto acontece e para mim chega: o futebol acabou». 

Alex Nyarko, de 28 anos, chegou ao Everton no início da época, vindo do Lens, a troco de 1,5 milhões de contos. O seu rendimento tem sido intermitente, registando apenas 20 presenças na primeira equipa.  

A sua reacção após a entrada em campo do adepto deixou furibundo o treinador Walter Smith que, sem papas na língua, deixou a nu a falta de profissionalismo do seu jogador: «É suposto os futebolistas terem um certo nível de resistência mental perante as críticas. Nunca vi algo deste género, e desconfio que isto nunca aconteceu a qualquer outro treinador. Vou ter de pensar se Nyarko terá condições para voltar a jogar por nós. Mas acho que cinco segundos chegam para decidir isso», concluiu com ironia amarga.

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