Já esteve em Belém e agora veste de xadrez O médio do Boavista conhece bem o adversário de amanhã à noite. Elogia a solidez defensiva do Belenenses e destaca a qualidade das contratações feitas esta época. À espera de uma oportunidade de se impor na equipa principal, Gouveia recorda que «no Boavista não há titulares»
A pessoa mais indicada, no plantel do Boavista, para falar sobre o Belenenses é Gouveia. O médio contratado esta época pelo clube do Bessa passou pela colectividade de Belém, de onde saiu para Montpellier, onde teve uma passagem fugaz.
Recordando os tempos em Belém, Gouveia deu a sua opinião sobre a equipa agora orientada por Marinho Peres: «Passei bons momentos no Belenenses. É uma casa onde fiz grandes amigos. Julgo que eles conseguiram colmatar com eficácia a minha saída, bem como a do Rui Pataca e do Seba. Os jogadores que entraram integraram-se bem no esquema de jogo. Parece-me que o Belenenses actua de uma forma extremamente idêntica à do ano passado».
Um desses novos elementos é Eliel, ponta-de-lança que tem dado na vistas neste início de campeonato (o F.C. Porto que o diga). Gouveia, porém, não o coloca como principal ameaça: «Não é só o Eliel que nos pode trazer problemas. O Marcão também entrou bem, o Guga é um belíssimo jogador... E além disso, eles têm uma defesa bem estruturada, não é por acaso que já no ano passado o Belenenses era uma das defesas menos batidas do campeonato».
A fase positiva que a equipa de Belém está a atravessar poderá ser um obstáculo acrescido para os axadrezados no jogo de amanhã? Gouveia não mostra receios exagerados... «Não sei se é um momento bom ou mau para jogar com o Belenenses. Tudo dependerá da forma como as coisas correrem. Se viermos com os três pontos, foi um momento bom, se perdermos é porque foi um momento mau...»
E Gouveia, será que joga em Belém? O jogador não se mostra muito preocupado com o facto de não ser habitual titular do Boavista. E explica porquê: «Não há titulares no plantel do Boavista. Acho que já deu para ver isso. Um jogador que é titular, no jogo a seguir nem sequer é convocado... Neste plantel, todos somos titulares e todos somos reservas. Há muitas opções e uma grande competitividade, porque todos têm capacidades para entrar na equipa».
Até agora, Jaime Pacheco parece preferir que Gouveia jogue um pouco mais à frente do que costumava fazer. O jogador notou a diferença: «Espero por uma oportunidade e tenho consciência de que ela há-de aparecer. Ainda estou a adaptar-me a uma nova posição. No Belenenses, no Farense e mesmo em França actuava a médio-defensivo, com funções de organizador. Aqui estou a ser utilizado mais à frente, quase a médio-ofensivo. É diferente, porque nestas funções estou de costas para os defesas».
