A lista de sanções globais à Rússia devido à guerra na Ucrânia

De Michelle Toh, Junko Ogura, Hira Humayun, Caitlin McGee, Isaac Yee, Eric Cheung, Sam Fossum e Niamh Kennedy, CNN Business
26 fev 2022, 21:26
Vladimir Putin durante uma reunião do Conselho de Estado russo. Foto:  Alexei Nikolsky/TASS via Getty Images

(CNN Business) Países de todo o mundo estão a impor novas sanções contra a Rússia devido à invasão da Ucrânia.

A União Europeia, o Japão, Austrália, Nova Zelândia e Taiwan impuseram novas medidas liminares na sexta-feira, condenando a incursão militar que se desenrolou nas últimas 24 horas.

Na quinta-feira, os Estados Unidos e o Reino Unido também anunciaram novas medidas contra a Rússia, com os líderes de ambas as nações a condenarem as ações do Presidente da Rússia, Vladimir Putin.

A Rússia já está, de certa forma, a pagar o preço pela agressão, com as ações e moeda do país a descerem a pique, após a decisão de Putin de enviar tropas para o Leste da Ucrânia.

Na quinta-feira, o índice principal da Rússia, MOEX, fechou nos 33% com o rublo a ter uma descida recorde, desceu 7% contra o dólar americano. Recuperou na sexta-feira, sendo negociado nos 84,7 face ao dólar norte-americano.

A Ucrânia está também a apelar ao Ocidente que remova a Rússia da SWIFT, a rede de alta-segurança que facilita pagamentos entre 11 mil instituições financeiras em 200 países. E, no início da semana, a Alemanha parou a certificação do gasoduto Nord Stream 2, no seguimento das ações de Moscovo.

Putin advertiu os líderes empresariais, na quinta-feira, sobre esperar mais “restrições” na economia, mas apelou a que as empresas operassem “em solidariedade” com o Governo.

Eis as mais recentes sanções:

União Europeia

A presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen e o Presidente francês Emmanuel Macron anunciaram novas medidas na sexta-feira de manhã, prometendo infligir “máximo impacte na economia e na elite política russa.”

"Iremos responsabilizar o Kremlin”, afirmou Von der Leyen.

As sanções têm como objetivo atingir os setores financeiros, energéticos e transportes, e incluir controlos na exportação e proibições nos financiamentos comerciais.

Von der Leyen disse que vão afetar agora 70% do setor bancário russo e das companhias estatais e procuram tornar “impossível que a Rússia atualize as suas refinarias petrolíferas.”

"Estamos também a atingir as elites russas ao conter os seus depósitos para que já não possam esconder dinheiro em paraísos fiscais na Europa”, acrescentou.

As sanções procuram também limitar o acesso da Rússia a tecnologias sensíveis, bem como a componentes e equipamentos aeronáuticos.

Japão

O Japão irá impor um leque de sanções dirigidas às instituições financeiras, organizações militares e pessoas singulares da Rússia, em resposta à invasão da Ucrânia, anunciou na sexta-feira o primeiro-ministro Fumio Kishida.

A gama de medidas inclui o congelamento dos ativos de certos indivíduos russos e instituições financeiras, enquanto se proíbe também as exportações para organizações militares russas.

"Em resposta a esta situação, iremos reforçar as nossas medidas de sanção em estreita colaborações com o G7 e a restante comunidade internacional", afirmou Kishida, numa conferência de imprensa na sexta-feira.

Austrália

O líder da Austrália afirmou, na sexta-feira, que iria "começar a impor mais sanções aos oligarcas, cujo peso económico é de importância estratégica para Moscovo, e a mais de 300 membros da Duma russa, o parlamento."

Numa conferência de imprensa na sexta-feira, o primeiro-ministro Scott Morrison acrescentou que Camberra estava "também a trabalhar com os Estados Unidos para alinhar as novas sanções com indivíduos e entidades bielorrussas importantes que foram cúmplices na agressão, por isso vamos estender as sanções à Bielorrússia."

A nova ronda de medidas surgiu após a Austrália ter imposto proibições de viagem e sanções financeiras direcionadas a oito membros do Conselho de Segurança da Federação Russa, na quinta-feira.

Nova Zelândia

A Nova Zelândia proibiu a exportação de bens para as forças militares e de segurança russas em resposta à invasão da Ucrânia.

A primeira-ministra Jacinda Ardern anunciou, na sexta-feira, que cortaria o comércio com a Rússia e iria impor proibições de viajar a funcionários russos, uma vez que continua a apelar ao regresso do diálogo diplomático para resolver a crise.

"Aqui e agora, temos de agir imediatamente", afirmou Ardern numa conferência de imprensa em Wellington.
"Isto é uma utilização flagrante do poderio militar e da violência, que roubará vidas inocentes e devemos opor-nos a isto."

Taiwan

Taiwan anunciou na sexta-feira que iria aderir às sanções económicas contra a Rússia, sem especificar que medidas estão a ser ponderadas.

Numa declaração, o ministro dos Negócios Estrangeiros disse, na sexta-feira, que “condena fortemente” a decisão da Rússia de iniciar uma guerra contra a Ucrânia, acrescentando que cria uma séria ameaça à ordem internacional, baseada em regras.

A decisão de impor sanções foi tomada “para pressionar a Rússia a parar a agressão militar contra a Ucrânia e a reiniciar o diálogo pacífico entre todas as partes interessadas, o mais depressa possível” acrescentou o ministro.

Taiwan é um líder global na produção de semicondutores.

Estados Unidos

O Presidente dos EUA, Joe Biden, revelou na quinta-feira novas medidas severas contra a Rússia, afirmando que "Putin escolheu esta guerra.”

As novas sanções incluem bloqueios nas exportações de tecnologia, uma peça central na abordagem de Biden que afirma que vai limitar fortemente a capacidade da Rússia de avançar nos setores militares e aeroespacial.

A Casa Branca disse, numa declaração, que “isto inclui restrições em toda a Rússia a semicondutores, telecomunicações, segurança de encriptação, lasers, sensores, navegação, aviónica e tecnologias marítimas.”

Washington aplicou também sanções a bancos russos, e a quem descreveu como “bilionários corruptos” e as suas famílias, que são próximas do Kremlin.

Disse que iria proibir 13 empresas maioritariamente detidas pelo Estado de angariarem dinheiro nos Estados Unidos, incluindo o gigante energético Gazprom e o Sberbank, a maior instituição financeira da Rússia.

A Casa Branca prometeu também sancionar duas dúzias de indivíduos e empresas da Bielorrússia, onde estão incluídos “dois proeminentes bancos estatais bielorrussos, nove empresas de defesa e sete personalidade e elites ligadas ao regime.”

Reino Unido

O Reino Unido prepara-se para sancionar 100 indivíduos e entidades como parte de sanções adicionais contra a Rússia, anunciou o primeiro-ministro Boris Johnson, na quinta-feira à tarde.

Num discurso ao Parlamento, Johnson disse que o objetivo era “excluir os bancos russos do sistema financeiro do Reino Unido.”

Um congelamento de bens será imposto no banco estatal russo VTB, acrescentou, no seguimento das sanções a cinco bancos russos, na terça-feira. O Estado russo e as empresas privadas também proibidos de angariar fundos no Reino Unido.

Adicionalmente, 100 indivíduos e entidades terão os seus bens congelados, afirmou Johnson, acrescentando que isso inclui “todos os maiores fabricantes que apoiam a máquina de guerra de Putin.”

Johnson acrescentou também que “todas as opções estão em aberto” no que diz respeito a proibir o acesso da Rússia à SWIFT.

O Reino Unido irá banir a transportadora nacional da Rússia, Aeroflot, e aplicar sanções à Bielorrússia “pelo seu papel no assalto à Ucrânia”, acrescentou o primeiro-ministro.

Daqui para a frente, a Grã-Bretanha espera também aprovar legislação “no início da próxima semana” para proibir a exportação de certas tecnologias para a Rússia, particularmente “em setores incluindo a eletrónica, telecomunicações e aerospacial, segundo Johnson.

E delineou os planos para estabelecer uma nova célula especializada na Agência Nacional para o Crime “para inspecionar sanções, evasão e bens russos ilegais escondidos no Reino Unido”.

"Iremos continuar numa missão implacável para remover a Rússia da economia global, peça a peça. Dia a dia, e semana a semana,” afirmou Johnson aos legisladores.

 

— Charles Riley, Kevin Liptak, Nathan Hodge, Julia Horowitz e Chris Liakos contribuíram para este relatório.

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