De 2001 para 2002: a selecção como nunca a víramos

31 dez 2001, 17:13

Cinco acontecimentos nacionais

Sete vitórias, três empates, zero derrotas. Sabe do que se trata? Não?! Com o melhor ataque do apuramento à mistura, chega lá? Figo, Rui Costa, Pauleta e Nuno Gomes dizem-lhe alguma coisa? Claro, perdoe a insistência e as pistas que dispensava. A noite de 6 de Outubro não lhe sai da cabeça, não é verdade? 

É, pois claro, da qualificação portuguesa para o Mundial 2002 que se fala, 17 anos depois da tristemente célebre novela mexicana, com conturbados episódios rodados em Saltillo. Aconteceu na Luz, muito antes do estádio cair aos pedaços. A Estónia, adivinhava-se, seria oposição insuficiente. Os cinco golos sem resposta foram suficientemente esclarecedores. Portugal estava no Mundial, deixando atás de si um rasto cintilante, mesmo sem registo de qualquer vitória sobre a República da Irlanda, o segundo classificado, com o mesmo número de pontos. 

Entre o brilho de intensidade variada da trajectória distingue-se, em especial, a vitória em Roterdão, a 11 de Outubro, com golos de Sérgio Conceição e Pauleta, que deixaram os holandeses em estado de choque, a mesma sensação que a selecção laranja experimentaria meio ano mais tarde, já nas Antas. Em poucos minutos, os últimos, a derrota, que parecia inevitável, transformou-se num mágico empate. Pauleta reduziu, a passe de Capucho, e o jogo acabou com a transformação de um penalty, pelo pé direito de Figo. 

Figo orquestrou, Rui Costa pensou, Pauleta marcou, Nuno Gomes foi, ainda que a contragosto, algo de muito semelhante a uma «arma-secreta», reservada para os momentos mais delicados, em que João Pinto, Sérgio Conceição e Capucho se tornaram particularmente visíveis. De Baía, lesionado, não se lhe distinguiu a sombra e de Fernando Couto viu-se apenas o que uma análise positiva no controlo antidoping permitiu. Tudo somado, Portugal atingiu o nunca conseguido quarto lugar no ranking da FIFA. Histórico!

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