Mário Reis (Maia): «É a primeira vez que isto me acontece»

27 mai 2001, 19:53

Sp. Espinho-Maia, 2-3 (reportagem)

Mário Reis surgiu, naturalmente, consternado com tudo o que se passou. Foi difícil arrancar-lhe algumas palavras. Mas, por fim, conseguiu revelar-se conformado. «Este jogo era muito importante. Tinhamos de ganhar para depois saber o que se passava na casa dos outros. O Setúbal teve a sorte, tal como nós, de marcar em período de descontos», começou por dizer o treinador do Maia. 

Mário Reis teve uma premonição quando disse, antes do jogo, que «se morrermos na praia seria triste», mas, após o jogo desta tarde, o técnico do Maia viu as suas palavras tornarem-se realidade. «É a primeira vez que isto me acontece. Ainda não estou em mim». 

Mais seguro, Mário Reis partiu para os elogios aos seus jogadores. «Este grupo, que se constituiu no início da época, e que conta com muitos estrangeiros, conseguiu formar uma equipa sólida e fazer frente a adversários que já tinham a equipa estruturada há mais tempo e que têm orçamentos muito superiores ao do Maia. O Setúbal já tinha a equipa definida desde a época passada e o Varzim mantém o mesmo grupo há três anos. Estamos satisfeitos com a exibição dos jogadores que dignificaram a cidade da Maia». 

O Maia esteve quase com um pé na I divisão, mas acabou por não o conseguir. «Cumprimos a nossa parte e até poderiamos ter conseguido um resultado mais dilatado». Mário Reis considera que não foi em Espinho que o Maia falhou a promoção. «O Maia falhou com o golo do Setúbal no último minuto. Falhou em Coimbra, onde fizemos uma grande exibição, mas não conseguimos marcar». 

Mário Reis deverá continuar no Maia, mas o seu futuro só ficará definido mais tarde. «Não sei. Há um acordo de palavra. Agora vamos descansar e só depois é que vamos pensar no que é importante». 

O técnico do Maia quis ainda deixar uma palavra de agradecimento aos adeptos. «A massa associativa, que nos tem acompanhado nos últimos jogos, também está de parabéns. Foram incansáveis no apoio à equipa». 

Carlos Garcia: «Saio triste, mas não amargurado» 

Carlos Garcia fez o seu último jogo nesta sua segunda passagem pelo Espinho. Agora vai ceder o seu lugar a Norton de Matos, que regressa ao clube ao fim de cinco anos. «Foi o últmo jogo que fiz pelo Espinho. Foi com uma enorme satisfação que, mais uma vez, estive ao serviço deste clube. Não quero falar sobre os resultados desportivos, isso compete a vocês (jornalistas). Saio, se calhar, triste, mas não amargurado», começou por dizer Carlos Garcia. 

Quanto ao jogo, o técnico do Espinho destacou a atitude dos seus jogadores. «Num jogo extremamente emotivo e, na minha perspectiva, bem jogado, as duas equipas entregaram-se ao jogo de uma forma profissional. Os meus jogadores dignificaram o futebol, frente a um adversário extremamente motivado». 

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