F.C. Porto-Celtic: memórias de uma estranha partida em Paris

23 ago 2001, 17:44

Os portistas foram superiores, mesmo com um árbitro de recurso...

O Celtic de Glasgow não é, de forma alguma, um desconhecido para o F.C. Porto. Um dos adversários que calhou em sorte aos azuis e brancos no grupo E da Liga dos Campeões actuou com os portistas no passado dia 17 de Julho, em Paris, no jogo que encerrou o estágio do F.C. Porto em França. 

E se avaliarmos por esse encontro, então podemos pensar que o conjunto português tem todas as hipóteses de ficar à frente dos escoceses no grupo E. O F.C. Porto venceu por 1-0, num jogo realizado no Estádio Charlety, o recinto municipal da capital francesa. Numa fase ainda de experiências, a equipa de Octávio Machado revelou-se superior ao Celtic no jogo-jogado. No entanto, o encontro foi marcado por um conjunto de factores que impediram o normal desenrolar da partida.  

O árbitro desginado para esse jogo ficou parado no caótico trânsito parisiense e gerou-se uma situação bizarra: uma partida que opunha o vice-campeão português com o bicampeão escocês foi dirigida por uma equipa de arbitragem de recurso, composta por três jovens que, por acaso, estavam na bancada e, por acaso, tinham habilitações para dirigir um jogo de futebol... 

Sem mão sobre os jogadores, a partida teve momentos desagradáveis, com muitas paragens e pouco ritmo. Mas para a história ficou uma boa vitória portista, com sinais positivos que, mais tarde, vieram a confirmar-se. O golo portista foi apontado a três minutos do fim, por Capucho, num lance manchado pelo facto de o avançado português estar em claro fora-de-jogo. Apenas um de vários erros arbitrais. 

O que não correu nada bem para o F.C. Porto foi a lesão de Paredes, que durante esse encontro saiu em maca. O problema acabou por ser debelado pelo paraguaio antes do previsto e Paredes ainda foi a tempo de jogar a primeira mão da segunda pré-eliminatória da Liga dos Campeões, diante do Barry Town. 

Larsson e Sutton, as estrelas 

O Celtic é bicampeão escocês, tendo vencido o campeonato do seu país com 15 pontos de vantagem sobre o Glasgow, o seu eterno rival. Uma rivalidade que se estende à religião: o Celtic é o clube dos católicos, enquanto o Glasgow Rangers representa a facção protestante. 

Treinado por Martin O¿Neill, conceituado técnico que está apontado como provável sucessor de Alex Ferguson no Manchester United, tem como grande estrela o sueco Henrik Larrson, um dos melhores marcadores do futebol europeu. 53 golos apontados na época passada na Escócia, sendo que 35 deles foram em jogos para o campeonato. Larsson já passou por outro grande clube europeu, o Feyenoord. Chris Sutton é o seu companheiro de ataque. Diante do F.C. Porto, formaram uma dupla de avançados de respeito.  
 

Uma ficha para recordar 

Estádio Charlety, em Paris

2001-07-17 (21.30 horas locais)

 
Árbitro e arbitros auxiliares: na ausência do trio nomeado, o jogo foi dirigido por um francês, que é director do Estádio Charlety, com dois portugueses que estavam na bancada como auxiliares  
 
F.C. PORTO (4x2x3x1): Ovchinnikov; Secretário, Jorge Costa, Jorge Andrade e Mário Silva; Paredes e Soderstrom; Cândido Costa, Deco e Rafael; Pena. 
Substituições: Rafael por Alessandro (46m); Secretário por Ricardo Carvalho (46m); Paredes por Quintana (55m); Deco por Alenitchev (67m); Pena por Capucho (67m); Cândido Costa por Nélson (71m); Jorge Costa por Ricardo Silva (77m);  
Suplentes não utilizados: Pedro Espinha, Paulinho Santos, Ricardo Sousa, Pavlin, Ivan Moreno, Maric e Clayton.  
Treinador: Octávio Machado  
 
CELTIC (3x5x2): Douglas; Valvgagren, Tebily, Mjalby; Lambert, Thompson, Moracvik, Petta e Smith; Sutton e Larsson 
Entraram ainda: Lennon, McNamara, Kerr, Healy, Maloney, Johnsen, Agathe, Boyd, Crainey  
Treinador: Martin O¿Neill   
 
Ao intervalo: 0-0 
Marcadores: 1-0, Capucho (87m) 
Resultado final: 1-0

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