Sporting: ainda um mês sem João Pinto

21 set 2002, 02:05

Os problemas do «leão» começaram na Coreia... Há um ano, a chegada de Jardel mudou o panorama do futebol leonino. Agora, o papel parece reservado ao número 25.

Foi a 14 de Junho de 2002, na sombria despedida portuguesa do Mundial, que, de forma imprevista, se começou a desenhar um dos principais factores de perturbação neste arranque de época do Sporting. Ao ser expulso frente à Coreia do Sul, e ao reagir de forma desabrida perante o árbitro argentino Angel Sanchez, João Pinto iniciava um período de inactividade de duração ainda indeterminada.

A sentença posterior da FIFA (quatro meses de suspensão, mais dois de pena suspensa) foi acolhida com relativo alívio em Alvalade. Mas não evitou que, conjugada com a novela Jardel, a ausência do número 25 se tornasse um fantasma muito pesado, com consequências evidentes no equilíbrio da equipa.

O regresso de João Pinto, previsto para o Sporting-Belenenses da 7ª jornada, poderá, se acompanhado de um rendimento próximo do exibido na época passada, representar um suplemento vitamínico de efeitos tão poderosos como o da contratação de Jardel na época passada.

Deixando em aberto o papel a desempenhar por Ricardo Fernandes ¿ muito convicente nas vezes em que actuou a titular, mas afastado da equipa por lesão ¿ Bölöni tem oscilado em redor de quatro nomes para acender a criatividade do ataque leonino: Pedro Barbosa, Quaresma, Toñito e Kutuzov. Se os dois primeiros parecem de pedra e cal na equipa, já os dois últimos não têm sido inteiramente convicentes, e é duvidoso que alguma vez venham a assumir estatuto de intocáveis na equipa.

Desequilíbrios ofensivos a conta-gotas

Em termos ofensivos, a sensação dominante, nos jogos do Sporting esta época, excepção feita à atípica goleada ao Leixões, tem sido a limitada capacidade para criar desequilíbrios - mais do que as dificuldades na concretização, atribuíveis ao fantasma de Jardel e à forma ainda precária de Niculae. Tanto Pedro Barbosa como Quaresma já fizeram grandes jogos, mas isso não foi suficiente para ver os leões massacrar de forma clara qualquer um dos seus opositores. Os problemas sentidos pelo campeão nacional começam bem antes de a bola chegar à área, precisamente na escassez com que isso acontece.

Por muito que Bölöni procure fazer ajustes na defesa ou responsabilize o meio-campo por desaires como o de Paços de Ferreira é indisfarçável que este Sporting ainda não encontrou, na frente, a mesma fluidez, agilidade e intuição de que dava mostras na época passada. Tudo características que assentam como uma luva em João Pinto. O número 25 foi a larga distância o mais inspirado jogador da equipa, mas também o mais regular: com 2768 minutos e 33 presenças foi o mais utilizado do plantel.

Com o eventual regresso de Jardel num horizonte muito distante e cada vez mais problemático, a solução mais imediata para os problemas dos leões parece indissociavelmente ligada à reentrada em cena de João Pinto. Resta saber se, nas actuais circunstâncias, um mês não é tempo demasiado. Para os adeptos do Sporting, pelo menos, deve parecer uma eternidade...

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