Mundial 2002: Inglaterra-Brasil, 1-2

21 jun 2002, 09:25

«Escrete» nas meias-finais Num jogo com muita emoção mas não muito bem jogado, o «escrete» garantiu a presença nas meias-finais do Mundial.

O Brasil venceu a Inglaterra por 2-1 e garantiu a presença nas meias-finais do Mundial 2002, no final de uma partida épica, mas não tanto pelo modo como se jogou. A Inglaterra marcou primeiro aproveitando uma falha defensiva, o «escrete» empatou em cima do intervalo com um grande golo e aumentou pouco depois do início da segunda parte num lance com culpas para Seaman, depois teve Ronaldinho Gaúcho expulso logo aos 57 m e passou o resto da partida a segurar a vantagem. Uff...

Era um clássico, para muitos a final antecipada deste Campeonato do Mundo orfão de muitos dos que deviam ser os seus grandes protagonistas, pelo passado mas também pelo presente das duas equipas no Mundial 2002. Estavam frente a frente a melhor defesa e o melhor ataque do Mundial e o início do jogo confirmou a tendência.

A Inglaterra de Eriksson entrou em campo disposta a manter a sua nova personalidade. Uma equipa tacticamente muito sólida, compacta, com poucos espaços entre sectores, onde todos esperam cá atrás pelo adversário, para depois tentarem a sorte em raides rápidos e sustentados, nas ocasiões, poucas, em que se considera haver condições para atacar.

O Brasil tentava ser igual a si próprio, assentar o seu jogo na criatividade dos homens mais avançados, embora à cautela Scolari tenha posto Kléberson, um jogador mais forte, no meio-campo. Mas os brasileiros não conseguiam fazê-lo em processos simples e quase todas as tentativas de troca de bola no meio-campo inglês embatiam num homem de camisola branca.

A Inglaterra foi ficando confortável com o andamento do jogo e o golo acabou por chegar aos 22 minutos, quando Owen aproveitou uma «oferta» de Lúcio, que amorteceu a bola em vez de a interceptar, para fazer o 1-0.

Tudo parecia ainda mais fácil para a Inglaterra, mas aí fez a diferença a indiscutível qualidade dos avançados brasileiros. Ronaldinho pega na bola, aguenta todas as cargas, entra pelo meio, descobre Rivaldo na direita e consegue, por uma vez, fazer a bola chegar ao seu companheiro sem que nenhum jogador inglês a apanhasse primeiro. Rivaldo conseguia o empate, a primeira parte estava em tempo de descontos, mesmo a tempo de voltar tudo ao início.

Na segunda parte a sorte começou por sorrir ao Brasil. Outra vez Ronaldinho, que estava a ser de longe o melhor em campo, num grande golpe. Na marcação de um livre de longe, decidiu rematar, aproveitando o ligeiro adiantamento de Seaman. A bola entrou mesmo junto à trave, o guarda-redes inglês ficou a ver.

Depois veio o lance que mudou todo o jogo. Aos 57 minutos, Ronaldinho faz uma entrada muito dura sobre Mills e o árbitro mostra-lhe vermelho directo. Um zelo que o juíz mexicano não confirmou mais tarde, nomeadamente pouco depois, quando Beckham caiu na área. O árbitro mandou seguir nesse lance, mas para manter a coerência - em relação a este jogo mas também a um certo Coreia do Sul-Itália... - podia ter saído cartão para o Spice Boy.

Adianta. A Inglaterra estava agora em vantagem numérica e tinha obrigação de pegar no jogo. Mas os jogadores pareceram não saber o que fazer nessa condição de donos da bola. Eriksson não reagiu logo do banco, só mais tarde fez entrar homens para dinamizar o ataque, mas ainda assim a Inglaterra não conseguiu estar à altura do momento. O Brasil aguentou e segue em frente, na rota do pentacampeonato.

Clique aqui para ver a ficha e o relato ao minuto do jogo.

Mais Lidas

Patrocinados