F.C. Porto-Celtic, 1-0 (destaques)

17 jul 2001, 23:10

Rafael e Mário Silva, figuras que se repetem... Rafael e Deco foram os motores de um meio-campo inclinado... para a esquerda, devido à accão do lateral Mário Silva. A lesão sofrida por Paredes acabou por desestabilizar a equipa.

Rafael, ou quase a perfeição

O motor do conjunto portista. O brasileiro já tinha sido dos melhores em Auxerre, nos 30 minutos que esteve em campo, e esta noite merece, sem quaisquer dúvidas, o título de melhor portista. A jogar numa posição bem mais ao seu estilo ¿ descaído sobre a esquerda, mas com menos preocupações defensivas das que as que teve em Auxerre, Rafael pôde explorar ainda mais o seu futebol envolvente, baseado numa técnica soberba e numa capacidade de criar desequilíbrios absolutamente impressionante. Passaram por ele uma maioria esmagadora de jogadas de perigo construídas pelo F.C. Porto, saíram dos seus pés alguns dos melhores momentos deste jogo. Aproxima-se a passos largos da sua melhor condição física e vai conquistando um lugar na equipa: resta saber exactamente para que função. 

Azar de Paredes estragou tudo

O F.C. Porto estava a jogar melhor que o Celtic. Paredes, escusado será dizer, estava a fazer um bom jogo. É quase sempre assim. A importância do paraguaio nesta equipa ficou bem evidente nos dois jogos anteriores. Até que um enorme azar bateu à porta do paraguaio. Numa jogada disputada entre Paredes, McManamara e Mário Silva, o paraguaio entra com determinação e no calor da luta acaba por sofrer uma entorse no pé direito. Logo na altura se percebeu que a lesão iria impedi-lo de terminar o jogo. A demora na assistência ao jogador fizeram prever coisa ainda pior. Quando Paredes saiu em maca, a caminho do hospital, as consequências foram inevitáveis: a equipa desorientou-se, os colegas ficaram preocupados com a situação. Afinal de contas, este era apenas um jogo amigável ¿ e Paredes faz muita falta a este Porto.  

Mário Silva, incontornável

Se o jogo portista acusou uma incrível tendência para se inclinar para o lado esquerdo, em grande parte isso se deve à qualidade do seu lateral-esquerdo. Mário Silva fez três jogos em grande plano neste estágio, foi até o único portista que conseguiu estar muito bem nas três partidas, confirmando, se dúvidas ainda existissem, que foi uma das melhores contratações para esta época. Soube aproveitar muito bem a maior solidez do meio-campo azul e branco, se comparado com o jogo de Auxerre, e entendeu-se às mil maravilhas com Rafael, o seu companheiro no corredor esquerdo. Quando Mário Silva ensaiava uma iniciativa ofensiva, o brasileiro e Soderstrom compensavam na perfeição. O entrosamento com a sua nova equipa é cada vez maior. O rigor nos passes também. Uma exibição muito positiva que podia ter sido coroada com um golo, se o bom remate aos 84 minutos tivesse saído um pouco mais à direita. Uma das maiores promessas da época. 

Jorge Costa e Jorge Andrade, claro

É uma das zonas do campo onde Octávio Machado não terá grandes dores de cabeça. A dupla de centrais é de luxo e mostrou-se, neste jogo, especialmente bem encaixada. Jorge Costa, experientíssimo, fez cortes providenciais e tranquilizou a defesa; a Jorge Andrade coube um missão mais guerrilheira, travando com Larssen um interessante duelo, no qual se saiu quase sempre bem.  

Deco ¿ para fazer a diferença

Um fenómeno quase tirado a papel químico do encontro de Auxerre. Deco fez uma primeira parte em grande plano, mostrando pormenores de luxo. Passes soberbos, desmarcações oportunas: ele foi o principal desequilibrador do conjunto portista. Só denota ainda alguma fragilidade no plano da resistência física, pormenor que poderá melhorar numa fase mais adiantada da época.

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