Mundial 2022: Portugal-Sérvia, 1-2 (destaques)

David Marques , Estádio da Luz, Lisboa
14 nov 2021, 22:10
Portugal-Sérvia (LUSA)

O critério de Tadic e o faro de Mitrovic

A FIGURA: Tadic

O farol desta equipa sérvia. A capacidade que tem para interpretar o jogo permitiu-lhe que fosse recebendo a bola em zonas perigosas e sem ativar o radar dos médios portugueses. Criterioso a servir os colegas, foi dele o golo (feliz) da Sérvia numa altura em que os visitantes há muito o justificavam e foi dele o cruzamento para o golo vitorioso de Mitrovic.

 

O MOMENTO: golo de Mitrovic. MINUTO 89

Portugal resistia, a Sérvia apertava com tudo. Até que aos 89 minutos foi justamente recompensada pela ambição que mostrou durante todo o jogo, com um desvio de cabeça do esquecido Aleksandar Mitrovic ao segundo poste. A partir daí, o tempo foi pouco e o discernimento nenhum para Portugal chegar ao empate e evitar o play-off.

 

OUTROS DESTAQUES

Bernardo Silva: o golo inaugural foi de Renato Sanches, mas foi ele a produzi-lo quase todo. Forçou o erro do negligente do Gudelj e Renato teve via-verde para o 1-0 quando o segundo minuto de jogo ainda não estava esgotado. Foi, de longe, o melhor de Portugal nos 45 minutos iniciais, sendo o único com capacidade para reter a bola, mantê-la segura e serenar o jogo, mesmo que o tivesse feito por vezes com algum risco.

Renato Sanches: fez o 1-0 e aqui e ali levantou as bancadas com aquelas arrancadas à Renato. Por só saber jogar a uma velocidade, foi por vezes prejudicial quando o jogo pedia critério e risco mais calculado, sobretudo em ataque organizado. Esteve perto de bisar quase a abrir a etapa complementar, mas quis fazer tudo sozinho quando a definição final da jogada pedia um passe.

Vlahovic: a facilidade de remate e a potência física fazem dele a next big thing do futebol sérvio. Esteve ligado às primeiras de várias ameaças dos visitantes, que na primeira parte só foram inferiores nos cinco minutos iniciais. Aos 12 minutos acertou no ferro esquerdo e na recarga atirou por cima da baliza de Patrício. Já perto do intervalo, atirou para o golo, mas estava plantado em fora de jogo e assustou a Luz aos 77 minutos num remate contra o bloco defensivo luso. Apesar de quase sempre bem posicionalmente e nos duelos individuais, Fonte e Rúben Dias não tiveram um segundo de descanso.

Zivkovic: utilizado na ala direita, o ex-Benfica correu como raras vezes se viu durante a passagem por Portugal. Durante boa parte da primeira parte foi o homem da Sérvia que mais problemas causou à Seleção Nacional. Cruzamentos perigosos, combinações interessantes e bons pormenores individuais. Mostrou o talento que lhe é reconhecido há muito, mas desta vez associou-lhe abnegação. Saiu aos 69 minutos para dar lugar ao benfiquista Radonjic.

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