Treinador do Bragança demitiu-se

11 fev 2001, 22:19

Bragança-F.C. Porto, 1-2 (reportagem) Primeiro foi o chefe do departamento de futebol, depois o treinador. A festa da Taça não esbateu os conflitos agora revelados e terminou com duas demissões. Sobre o jogo, pelo menos, as opiniões foram unânimes: o Bragança jogou bem.

Estranho, mas real. O chefe do departamento de futebol do Bragança, Óscar Guerra, e o treinador do Bragança, João Eusébio, demitiram-se após a partida desta noite com o F.C. Porto. Em princípio, não terá sido pela derrota com o F.C. Porto. Ao certo, só ambos saberão os motivos da decisão, que acabou por surpreender os jornalistas presentes na sala de Imprensa a aguardar por declarações acerca da festa da Taça. 

Óscar Guerra, o primeiro a falar, com o treinador ao lado, falaria de «problemas pessoais», relacionados com uma nova proposta de trabalho que lhe veio preencher muito do tempo que tinha disponível para o clube. João Eusébio apresentaria argumentos mais fortes, directamente relacionados com o futebol. «Saio devido a conflitos internos com alguns elementos da Direcção», sintetizou, não satisfazendo a curiosidade de quem lhe pedia que concretizasse. 

Armindo Pais, o presidente, não se mostrou surpreendido com a dupla demisão. «Já estava à espera, mas fiquei magoado», afirmou. «Acabou o tempo de estarem debaixo do holofotes da fama e a promoção na Comunicação Social. Se quiser, no entanto, ainda esta noite consigo quatro ou cinco treinadores. O João Eusébio foi bem tratado enquanto foi humilde».  

Bragança jogou bem 

Polémicas à parte, treinador e presidente estiveram de acordo em relação à exibição que o Bragança realizou ante o F.C. Porto. «Fizemos um excelente jogo», referiu João Eusébio. «Acreditei sempre nesta equipa e ficou provado que tem valor. Os jogadores estiveram muito bem, mas agora devem tirar a gravata e vestir a roupa velha para voltar a lutar no campeonato». Para Armindo Pais, «o empate teria sido mais justo», mas a «participação na Taça não deve envergonhar a cidade». O dirigente confessaria, ainda assim, alguma satisfação. Como assim? «Estou feliz porque também sou portista». Dado importante anunciado por Armindo Pais foi a possibilidade de o F.C. Porto abdicar da sua parte nas receitas de bilheteira. «Ainda não é certo», avisa o presidente, «mas o responsável da casa do Porto já me falou nessa possibilidade».

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