Alverca-Marítimo, 0-0 (destaques)

20 ago 2000, 20:32

Nélson faz esquecer Van der Straeten O Marítimo perdeu um grande guarda-redes, mas tinha lá outro. No dia do regresso de Zeca à competição, o Alverca viveu da consistência de Pedro Martins e dos arranques de Rui Borges, insuficientes perante o desacerto de Anderson na hora da finalização.

Nélson

Figura maior do jogo. O Alverca não impôs um cerco constante à sua baliza, mas entrou na área as vezes suficientes para o guarda-redes do Marítimo poder brilhar. Mais pela eficácia que pela espectacularidade. Nélson tem, esta época, uma herança do tamanho de Van der Straeten, que é por sinal bastante grande. O guarda-redes belga, pela sua categoria, corre o risco de deixar saudades. A defender assim, Nélson corre o risco de reduzir a sua sombra a uma boa recordação. 

Rui Borges

O pequeno atacante do Alverca teima em ser grande quando a hora é de inconformismo e de «tocar para a frente». Durante toda a primeira parte foi o grande dinamizador do ataque da casa. No reinício do jogo desapareceu um pouco, mas quando o tempo começou a escassear sentiu-se de novo na responsabilidade de arrastar os colegas em direcção à área insular. Quando o dia está favorável, a rapidez e o drible curto fazem o resto... 

Pedro Martins

O Alverca apresenta, do meio-campo para a frente, jogadores de cariz eminentemente atacante. Pedro Martins é a excepção... mas só no papel. É verdade que é ele quem protege o quarteto defensivo quando a equipa não tem a bola, mas quando ela é recuperada (a maioria das vezes por ele próprio) Pedro Martins assume a partida para o ataque e surge ao lado de Milinkovic para a organização do jogo ribatejano. 

Jokanovic

Os anos passam, toda a gente sabe, mas o jugoslavo do Marítimo deve colocar-se um pouco ao lado do percurso do relógio, apanhando apenas o que lhe interessa. Aos 31 anos, Jokanovic mostra uma classe cada vez mais refinada. Com uma influência na equipa que vai bem para lá do aspecto defensivo, «Joka» continua a gostar fazer uma finta, levantar a cabeça e mandar a bola pelo caminho mais fácil rumo a mais um ataque. 

Zeca

Muitos meses depois de se magoar gravemente num joelho, o médio do Marítimo voltou aos jogos oficiais. O regresso, só por si, já merecia destaque. Verificar que Zeca mantém intactas as suas qualidades de equilibrador do meio-campo insular dá ainda mais vontade de falar nele. Não cumpriu os 90 minutos, mas mostrou sinais de poder fazê-lo muito brevemente. Ainda bem. 

Anderson

Quem faz o que este avançado do Alverca fez na época passada ao Benfica e ao Sporting, ganhando-lhes quase «por conta própria», não pode ser mau jogador. Mas a verdade é que hoje (domingo) pareceu. O público ribatejano mostra crescentes sinais de desagrado perante mais um passe falhado, um remate torto, ou uma recepção defeituosa, e o brasileiro parece ressentir-se disso. Claramente em dia não, teve várias ocasiões de brilhar mas apenas por uma vez rematou com acerto, obrigando Nélson a boa defesa (65m).

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