Alverca-Marítimo, 0-0 (crónica)

20 ago 2000, 21:05

Ora sejam então bem-vindos! Qualidade acima da média, boa atitude das duas equipas e trabalho sem mácula do árbitro e respectivos assistentes. Ao regresso feliz do futebol só faltaram mesmo os golos.

Ora aí está o futebol de volta. E pelo que foi visto na tarde de domingo em Alverca, de boa saúde. 

Felizmente para quem esteve nas bancadas, o «peso» de um primeiro jogo do Campeonato - no qual todos procuram a oportunidade de colocar o pé direito à frente do esquerdo no movimento de entrada - desta vez só perto do final da partida se fez sentir. 

Significa isto que durante cerca de uma hora, talvez um pouco mais, estiveram no relvado duas equipas dispostas a jogar com risco, assumindo a vontade de marcar sem medo de ver pontos a fugir. 

Dentro do esperado, entrou mais atrevido o Alverca. No 4x3x3 de Jesualdo Ferreira, a ordem é atacar. Senão vejamos: da defesa para a frente estavam Ramires, Milinkovic, Caju, Anderson e Rui Borges. As despesas defensivas do meio-campo ficavam só para Pedro Martins, que ainda assim acompanhava os colegas quando havia espaço para avanços. 

Terá então a equipa da casa dominado avassaladoramente? Nem pensar: do outro lado estava um Marítimo muito consistente. A equipa era formada por jogadores que se conhecem pelo menos desde a época passada e sabem muito bem como se armar para aguentar as investidas adversárias e espreitar a cada momento a possibilidade de incomodar. 

Não se assistiu a um jogo de sonho, nem as forças de início de campanha o permitiriam, mas viu-se animação, vontade e pensamentos positivos no relvado de Alverca. 

Após o intervalo, as atitudes mudaram tão pouco quanto os onzes, que se mantiveram iguais. O Alverca atacava um pouco mais, o Marítimo continuava sereno e confiante. 

O passar do tempo, todavia, trouxe à tona as consequências normais de um jogo entre equipas que se equivalem e segue empatado a zero: os da casa começaram a enervar-se perante a «obrigação» de ganhar e os golos que não entravam, os de fora iam achando graça à ideia de ganhar um ponto. 

À medida que o Alverca se atrapalhava no ataque e perdia o sangue-frio, o Marítimo abdicava de grandes acelerações, arrumava-se no meio-campo e geria o cronómetro. 

O jogo perdeu qualidade, mas a tarde já estava ganha pelos espectadores no que toca ao espectáculo. 

Nelo Vingada, treinador madeirense, considerou o resultado justo, mas lamentou a falta de golos. Tem toda a razão.

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