Torreense-Sporting, 2-3 (crónica)

2 set 2000, 19:45

Experiências proveitosas para Augusto Inácio O Sporting venceu o Torrense por 3-2 num encontro que assinalou as estreias de Rodrigo Fabri e Bruno Caires. O brasileiro mostrou alguns bons promenores mas foi o português que esteve em maior evidência com uma boa exibição coroada com o terceiro golo dos leões.

O Sporting venceu o Torreense, da II divisão centro, por 3-2 e conquistou o Troféu Amizade no encontro que marcou as estreias de Rodrigo Fabri e Bruno Caires com as camisolas verde e brancas.  

O português, já bem entrosado com os seus companheiros, realizou uma boa exibição actuando com total liberdade no meio-campo, enquanto o brasileiro mostrou alguns promenores interessantes embora tenha deixado evidenciar algumas lacunas físicas bem encobertas pelos apoios de Afonso Martins e Mahon no lado esquerdo do ataque do Sporting. 

O corredor esquerdo do Sporting contou, assim, com três jogadores o que, por vezes, provocou um certo congestionamento quando Afonso Martins subia embora, a espaços, tenha resultado em algumas boas combinações com Mahon a assumir o papel de extremo e Rodrigo a descair para o centro no apoio a Spehar. 

No lado direito, Quim Berto e Edmilson jogaram de forma diferente. Os dois jogadores entenderam-se sempre bem e beneficiaram do desequilibrio que o Sporting provocava no lado esquerdo. Por várias vezes, o pequeno defesa lançou o brasileiro que, com espaço, levava perigo à área do Torreense. 

No centro, Hugo e Bruno Caires tinham como missão recuperar bolas para, imediatamente, lateralizar o jogo do Sporting. Na frente, Spehar perdeu mais uma oportunidade para se impor. Desastrado, o croata raramente criou perigo e nunca compreendeu a constante movimentação que os jogadores atrás de si imprimiam à bola. Abriam-se espaços, mas Spehar não estava lá. Naturalmente saiu ao intervalo. 

A defesa dos leões, comandada pelo capitão Iordanov, autor de uma exibição brilhante, revelou-se consistente, com o búlgaro a corrigir insistentemente os movimentos de Phil Babb que, por vezes, adiantava-se em demasia. Ao longo de todo o jogo nenhum jogador do Torreense passou pelo veterano capitão. 

O Torrense apenas chegava à baliza de Nuno Santos em situações de bola parada. Só na primeira parte, Paulo Torres, que chegou a fazer furor em Alvalade com o seu potente pé esquerdo, teve quatro oportunidades para experimentar o livre directo. Todas sem sucesso. 

O jogo do Sporting estava mais inclinado para o lado esquerdo, mas foi da direita que surgiu o primeiro golo. Edmilson rematou forte contra um defesa e a bola sobrou para Hugo que com um pontapé bem medido, com as doses correctas de força e jeito, levou a bola ao ângulo superior esquerdo onde Humberto nunca poderia chegar. Bonito. 

O Sporting trocava bem a bola, jogando ao primeiro toque mas depois faltava sempre alguém para finalizar. Já perto do final da primeira parte, Mahon arrancou para a baliza com os olhos colados na bola e não viu Spehar isolado. Quando o irlandês levantou a cabeça já estava rodeado por defesas do Torrense. 

No segundo tempo, Augusto Inácio fez entrar Ayew para o lugar do apagado Spehar e o Sporting ganhou contundência. No entanto, foi o Torreense a chegar ao golo na marcação de uma grande penalidade que surgiu da imaginação do árbitro. Supostamente, Luís Miranda apitou devido a um toque de Bruno Caires em Onkem que, se aconteceu, foi, de certeza, fora da área. Desta vez, Paulo Torres não desperdiçou. 

O Sporting reagiu de imediato aumentado a pressão sobre o adversário. Rodrigo teve a primeira oportunidade na marcação de um livre que atirou ligeiramente por cima, Quim Berto, isolado na direita, tentou o remate cruzado e, finalmente, Edmilson, com um bonito chapéu, colocou os leões de novo em vantagem. 

Com poucos minutos para jogar, Inácio deu uma oportunidade aos jovens Cuco e Carlos Martins que entraram para os lugares de Rodrigo e Edmilson que saiu tocado na perna esquerda. Em mais uma estonteante movimentação do meio-campo dos leões, a bola sobrou para Bruno Caires que, com um remate cruzado bem colocado, fez o terceiro golo do Sporting. Justo prémio para a sua exibição. 

No minuto seguinte, o Torreense reduziu na sequência de uma desatenção da defesa leonina. Seul entrou pelo meio e libertou Pacheco na esquerda que, isolado, não teve dificuldades em bater Nuno Santos e fixar o resultado final. 

Jogo proveitoso para Augusto Inácio que terá tirado muitas ilacções quanto às alternativas para a primeira equipa. Uma certeza, o técnico dos leões não terá problemas de consciência por ter deixado Spehar fora da lista para a Liga dos Campeões. 

Ficha do jogo 

Campo Manuel Marques, em Torres Vedras

Árbitro: Luís Miranda (Lisboa)

Auxiliares: José Silva e Vítor Oliveira 

TORREENSE ¿ Humberto; Bacatelo (Pacheco, 46 m), Esteves, Vítor Martins e Paulo Torres; Hélmer, Onkem, Hélder Lemos e Sérgio Santos; Seul e Pedrinha (Bruno, 80 m).

Treinador: Carmo Pais. 

SPORTING ¿ Nuno Santos; Quim Berto, Iordanov,P. Babb e Afonso Martins; Hugo; Edmilson (Carlos Martins, 80 m), Bruno Caires, Rodrigo Fabri (Cuco, 74 m) e Mahon; Spehar (Ayew, 46 m).

Treinador: Augusto Inácio. 

Ao intervalo: 0-1.

Marcadores: Hugo (35 m), Paulo Torres (61 m, g.p.), Edmilson (70 m), Bruno Caires (88 m) e Pacheco (89 m).

Disiciplina: cartão amarelo a Hugo (35 m) e Onkem (89 m).

Resultado final: 2-3.

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