Vencedor das 24H de Daytona temeu o pior a seis horas do fim
Filipe Albuquerque regressou esta quinta-feira a Portugal após a vitória nas 24H de Daytona com os companheiros de equipa, João Barbosa e Christian Fittipaldi. Cansado, mas bem-disposto, o piloto português trouxe na bagagem orgulho, sensação de dever cumprido e um relógio Rolex (prémio) que o fará recordar para sempre, o quão poderoso e subjugador pode ser o tempo.
“A corrida estava a correr de forma excelente até o motor começar a dar sinais de cansaço, a seis horas do fim”, explicou Albuquerque. “O motor começou a sobreaquecer e pensei no pior. O Cadillac dos nossos colegas de equipa também acusou um problema e foi obrigado a parar na box, perdendo três volta. Pensámos: ‘Vamos ser os próximos’. Cruzámos os dedos e poupámos no motor sem imaginar que acabaria por aguentar seis horas em sobreaquecimento e em esforço”, confessou o piloto na chegada ao aeroporto de Lisboa.
Numa altura de aperto, Albuquerque recordou no imediato o fim inglório nas 24H de Daytona de 2017. A equipa liderava a corrida a sete minutos do fim, quando o Cadillac de Ricky Taylor bateu no de Albuquerque. O carro do piloto português fez um pião, perdendo o primeiro lugar. A direção de corrida entendeu que não devia atuar, levantando a polémica.
“Quando entrei no carro, pensei no que aconteceu no ano anterior em que a vitória escapou a sete minutos do fim. Pensei que o motor fosse ceder nos últimos minutos, mas correu tudo bem e acabei por ganhar”, disse aliviado.
O pior, de facto, já lá vai e o piloto de 32 anos conseguiu finalmente realizar um sonho que tardava em se concretizar.
“Já tinha ganho a categoria à classe, mas ganhar à geral é sempre maior e muito melhor. Principalmente num ano em que Daytona está caracterizada como uma das grandes provas Mundiais de Resistência, contanto com grandes nomes como Fernando Alonso. Assim como grandes equipas e grandes construtores. Ganhar nesta altura é ainda mais especial”, revelou o piloto que não conteve a emoção no final da corrida.“Foi muito emocionante quando cruzei a meta. Foi o relaxar depois do cansaço das 24H em prova e as emoções estavam à flor da pele. Mal conseguia falar no radio com a equipa. Estar no pódio com duas bandeiras portuguesas e uma brasileira é uma sensação muito boa”, recordou.
Albuquerque vai aproveitar para descansar em Portugal, na companhia da família, enquanto o próximo desafio não chega. A prova que se segue é a de 12H de Sebring, na Florida (14 a 17 e março). A ambição mantém-se e o piloto de Coimbra já pensa até em voos maiores.
“Agora é continuar. Estamos no primeiro lugar do campeonato IMSA e a próxima corrida é a de 12H de Sebring, que tem muito impacto nos Estados Unidos e não só. Agora é ganhar a próxima e ganhar o campeonato e estar sempre no lugar mais alto”, assegurou.