Mais de 140 mil pessoas saíram à rua em Paris contra o aumento do custo de vida

Cláudia Évora , com Lusa
16 out 2022, 15:41

O ex-candidato à presidência de França Jean-Luc Mélenchon e a vencedora do Nobel da Literatura deste ano, Annie Ernaux, marcaram presença no protesto

Milhares de pessoas saíram este domingo às ruas de Paris, em França, num protesto contra o aumento do custo de vida, em muito provocado pela guerra na Ucrânia, e ainda pela inação climática.

Apesar de uma forte mobilização da polícia, o cortejo decorreu quase sem incidentes, com os organizadores a contabilizarem 140 mil pessoas nas ruas de Paris e as autoridades estimarem que estavam presentes cerca de 30 mil manifestantes.

A este protesto, previsto desde agosto pela coligação de esquerda Nova União Popular Ecológica e Social (NUPES), para reivindicar um aumento generalizado dos salários, mantendo a exigência de 1.600 euros líquidos de salário mínimo, juntaram-se nas últimas duas semanas as dificuldades sentidas em todo o país devido às greves nas refinarias. 

Os sindicatos preferiram não juntar-se ao protesto deste domingo, convocando uma greve geral para terça-feira, numa altura que mantêm ainda um braço de ferro com a empresa Total, resultando na escassez generalizada de combustíveis. No entanto, se o sinal a nível nacional foi negativo por parte de centrais sindicais como a CGT, as federações marcaram presença em Paris.

O ex-candidato à presidência de França Jean-Luc Mélenchon também marcou presença no protesto. Mas Mélenchon não foi a única cara conhecida no meio dos manifestantes. Também a vencedora do Nobel da Literatura deste ano, Annie Ernaux, apareceu ao lado do político. Para Jean-Luc Melénchon, a grande figura da esquerda que apelou a esta mobilização, esta manifestação é apenas "o dia 1" de "uma conjunção entre uma mobilização popular, uma crise institucional e uma mobilização social", que se vai desenrolar esta semana, com o possível anúncio do Governo da utilização do artigo 49.3, que força a aprovação do Orçamento sem passar pela Assembleia Nacional.

Esta manifestação acontece na mesma altura em que decorre há duas semanas uma greve nas refinarias franceses que tem provocado grandes dificuldades de abastecimento de combustíveis.

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