O ex-candidato à presidência de França Jean-Luc Mélenchon e a vencedora do Nobel da Literatura deste ano, Annie Ernaux, marcaram presença no protesto
Milhares de pessoas saíram este domingo às ruas de Paris, em França, num protesto contra o aumento do custo de vida, em muito provocado pela guerra na Ucrânia, e ainda pela inação climática.
Apesar de uma forte mobilização da polícia, o cortejo decorreu quase sem incidentes, com os organizadores a contabilizarem 140 mil pessoas nas ruas de Paris e as autoridades estimarem que estavam presentes cerca de 30 mil manifestantes.
A este protesto, previsto desde agosto pela coligação de esquerda Nova União Popular Ecológica e Social (NUPES), para reivindicar um aumento generalizado dos salários, mantendo a exigência de 1.600 euros líquidos de salário mínimo, juntaram-se nas últimas duas semanas as dificuldades sentidas em todo o país devido às greves nas refinarias.
Os sindicatos preferiram não juntar-se ao protesto deste domingo, convocando uma greve geral para terça-feira, numa altura que mantêm ainda um braço de ferro com a empresa Total, resultando na escassez generalizada de combustíveis. No entanto, se o sinal a nível nacional foi negativo por parte de centrais sindicais como a CGT, as federações marcaram presença em Paris.
Nous étions 140 000 à la #Marche16Octobre ! 🔥
— La France insoumise (@FranceInsoumise) October 16, 2022
Contre la vie chère, l'inaction climatique, pour les retraites et les salaires, la lutte continue !
➡️ Partagez et réagissez avec le hashtag #LaMarche pic.twitter.com/GI9juwZlHU
O ex-candidato à presidência de França Jean-Luc Mélenchon também marcou presença no protesto. Mas Mélenchon não foi a única cara conhecida no meio dos manifestantes. Também a vencedora do Nobel da Literatura deste ano, Annie Ernaux, apareceu ao lado do político. Para Jean-Luc Melénchon, a grande figura da esquerda que apelou a esta mobilização, esta manifestação é apenas "o dia 1" de "uma conjunção entre uma mobilização popular, uma crise institucional e uma mobilização social", que se vai desenrolar esta semana, com o possível anúncio do Governo da utilização do artigo 49.3, que força a aprovação do Orçamento sem passar pela Assembleia Nacional.
En route pour la #Marche16Octobre. Merci à Annie Ernaux pour sa présence. Face à la vie chère et l'inaction climatique, nous sommes là !#LaMarche pic.twitter.com/eOPL8hjuYv
— Jean-Luc Mélenchon (@JLMelenchon) October 16, 2022
Esta manifestação acontece na mesma altura em que decorre há duas semanas uma greve nas refinarias franceses que tem provocado grandes dificuldades de abastecimento de combustíveis.