Michael pediu ajuda a Jorge Jesus: «Estava no hotel e quis suicidar-me»

31 jul 2021, 11:25
Michael pediu ajuda a Jesus no Flamengo

Avançado do Flamengo, inspirado em Simone Biles, revelou que passou por uma forte depressão em 2020

Michael, jogador do Flamengo, revelou agora que passou por uma grave depressão e que chegou mesmo a pensar em suicidar-se no período em que Jorge Jesus comandou a equipa técnica do clube carioca. Em entrevista ao canal do Youtube «Barbaridade», o avançado revela um pedido de ajuda ao treinador português, agora no Benfica.

«Tive uma depressão no ano passado e sofri muito com isso. Estava no hotel e quis suicidar-me. Vieram-se à cabeça certos pensamentos e queria saber como era atirar-me do prédio. Então, gritei por socorro, pela minha mulher, pelo doutor Tanure, pelo Diego Ribas, pelo Diego Alves, pelo Filipe Luís, pelo Rafinha e pelo Marcos Braz também. Eles fizeram-me sentir querido, abraçado. Tiveram um cuidado comigo que ninguém antes tinha tido», começa por contar o jogador de 25 anos, inspirado no exemplo da ginasta norte-americana Simone Biles.

Um momento difícil em que o jogador revelou uma enorme dificuldade em conseguir dormir sozinho, mas que conseguiu ultrapassar com o apoio da estrutura do clube. «No momento em que eu mais precisei de um amigo, os funcionários do Flamengo estenderam-me a mão. Deus usa as pessoas para ajudar. Hoje posso dizer que a depressão é um problema que tem cura, pelo menos para mim teve. Consigo exercer melhor minha profissão», prosseguiu.

Foi no período mais complicado que Michael pediu ajuda a Jorge Jesus. «Houve um dia em que não estava a conseguir concentrar-me e fui ao quarto do Jesus e disse-lhe: “manda-me embora, rescinde o meu contrato, sei lá, faz o que bem entenderes”. Eu chorava, não conseguia expressar-me como deve de ser. Não conseguia dormir sozinho. Ele disse que não me mandaria embora e perguntou-me se dormia bem em casa», revelou.

O treinador português passou a colocar Michael no mesmo quarto de Ramon ou Matheuzinho durante os estágios do Flamengo e o jogador passou a ter acompanhamento psicológico e psiquiátrico.

«Estou muito grato pelo que fizeram por mim. Não tenho vergonha de falar disto porque quase toda a gente passa por depressão, mas ninguém o assume. O orgulho não serve para nada, só serve para nos matar. A gratidão que tenho pelo Flamengo, principalmente pelos seus profissionais, será para o resto da minha vida. Quando mais precisei de um amigo, o Flamengo estendeu-me a mão», contou ainda Michael.

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