F.C. Porto-Gil Vicente, 3-1 (destaques)

15 set 2002, 21:54

Deco e Maniche, dupla de sucesso Deco voltou a ser simplesmente deslumbrante. Maniche confirmou estar num grande momento de forma.

Maniche

Está em grande forma. O ex-benfiquista joga de raiva e tem tido sucesso com essa sua postura em campo, encaixando muito bem numa equipa que se assume como iminentemente ofensiva, fazendo uma dupla de sucesso com Deco no meio-campo. Irrequieto, não para de correr, do princípio ao fim, da defesa ao ataque, incansável. Os dois golos que marcou dão-lhe um alento que será difícil de parar e Maniche merece, agora que tem espaço para mostrar o seu valor. O primeiro golo é o reflexo da sua atitude em campo, aparecendo de rompante, correspondendo de cabeça a um cruzamento da direita; o segundo vem justificar a moralização e o estofo mental de um jogador que chegou a ser considerado fraco nesse aspecto. Marcar uma grande penalidade quando a equipa estava empatada em casa não é para todos e ele não falhou.

Deco

Os adjectivos esgotaram-se, mas todos os jogos o jornalista vê-se obrigado (no bom sentido) a falar deste jogador deslumbrante. Deco é «o» jogador, na perspectiva do F.C. Porto. Ele enche a equipa, que lhe faz passar todo o futebol para os pés. Criativo, arrojado, diferente, por vezes genial, o brasileiro faz com que esta seja uma equipa extremamente forte e difícil de suster. Esteve, mais uma vez, em todas. Fartou-se de atacar e fazer jogar, arrancou o penalty a Luís Loureiro que permitiu a Maniche fazer o 2-1 e esteve na jogada do 3-1.

Nuno Amaro

Causou sensação nas Antas, tendo o mérito de fazer tremer um F.C. Porto que jogava em casa e que se apresentava com motivos para ser ambicioso, nomeadamente após a vitória no Bessa e a derrota da véspera do Sporting em Paços de Ferreira. Marcou o golo aos 13 minutos, numa bomba em zona frontal da área e um minuto depois salvou o empate do F.C. Porto, após cruzamento de Deco, que poderia ter sido desviado para o fundo da baliza por Capucho. O lateral-esquerdo foi sempre um dos melhores no Gil Vicente, anulando quem ia aparecendo pelo flanco direito do ataque portista.

Gaspar

No regresso às Antas, onde foi campeão nacional, o defesa-central foi um líder na defesa do Gil Vicente, alinhando ao lado de um Geraldo muito promissor, que também esteve em bom plano, ajudando à marcação eficaz sobre Jankauskas que teve efeitos muito positivos na segunda parte quando salvou um remate do lituano em cima da linha. Com um «look» diferente (cabelo comprido), Gaspar mantém a atitude de sempre, com um estilo de jogo duro, mas leal, apostando na antecipação para anular as iniciativas do adversário. Foi um líder eficaz na estratégia do fora-de-jogo, embora na primeira parte tenha usufruído da ajuda do árbitro auxiliar, que esteve particularmente mal em dois lances, impedindo César Peixoto e Jankaukas de tentarem marcar o golo quando seguiam isolados.

Nuno

A responsabilidade de jogar num grande tem coisas destas. Num lance tudo se pode decidir, para o bem ou para mal. Depois de conseguir relegar Vítor Baía para suplente (não há memória de se ver o internacional no banco), Nuno revelou algum nervosismo nos primeiros minutos do jogo, nomeadamente a partir do momento em que José Mourinho lhe ter chamado à atenção por ter lançado uma bola para fora quando um jogador do Gil Vicente estava estendido no chão. Pouco depois, surgiu o livre de Nuno Amaro, para o 0-1, em que o guarda-redes foi mal batido, não segurando um remate forte, mas que poderia ter sido sustido.

Duah e Ali

A estratégia de Vítor Oliveira nunca foi escondida: o Gil Vicente visitava as Antas com uma clara estratégia defensiva, apostando no contra-ataque para tentar uma surpresa. Com um meio-campo povoado por quatro jogadores, a frente avançada foi entregue a Ali e Duah, que teriam a missão de tentarem superar a defesa adversária principalmente através da felicidade. Nenhum deles conseguiu fazer algo de positivo neste aspecto, pois foram quase sempre muito lentos. O grande mérito de Duah acabou mesmo por ser a expulsão arrancada a Pedro Emanuel, já na segunda parte, que ainda fez sofrer os corações azuis e brancos.

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