Farmacêuticos querem "ir até onde está o doente" para "evitar idas desnecessárias" aos hospitais e centros de saúde

2 ago 2022, 07:29
Farmácia

REVISTA DE IMPRENSA. O projeto foi apresentado ao Ministério da Saúde no ano passado, mas ainda não há respostas

Os farmacêuticos funcionam, muitas vezes, como uma porta de entrada para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), esclarecendo dúvidas e recomendando medicamentos aos utentes que os procuram antes de uma ida ao médico. Reconhecendo o seu papel na saúde dos portugueses, a classe pretende agora reforçar esta proximidade e "ir até onde está o utente", seja em casa ou nos lares,

"É fundamental que a proximidade dos serviços não pare na farmácia. É preciso ir até onde está o utente que precisa de medicamentos, quer seja em casa, quando está acamado ou não pode sair, quer seja no lar ou numa unidade de cuidados continuados", defende o bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, em declarações ao Diário de Notícias

Para Helder Mota Filipe, este reforço da proximidade permitira "melhorar os serviços e evitar idas desnecessárias aos centros de saúde ou aos hospitais única e exclusivamente para aceder a receitas e a medicação, e, ao mesmo tempo, poupar custos ao sistema". Além disso, acrescenta, os farmacêuticos teriam assim a possibilidade de exercer em pleno as tarefas para quais são formados, desde logo a "renovação da prescrição", a "revisão da terapêutica" e na promoção da literacia em saúde.

Os farmacêuticos já apresentaram ao Ministério da Saúde, em abril do ano passado, um projeto sobre a dispensa de medicamentos hospitalares em contexto de proximidade, onde definem o que querem e o que podem fazer para apoiar o SNS, mas até ao momento ainda não obtiveram respostas. O projeto chegou a ser discutido com outros parceiros, acrescenta o bastonário, nomeadamente a Ordem dos Médicos e associações de doentes crónicos, que, segundo o responsável, já deram o seu aval.

O que falta mesmo "é uma estratégia nacional que permita aos farmacêuticos desenvolver as suas funções à medida que a profissão também evoluiu". E isto "a bem do doente que está acamado, que não se pode movimentar ou que tem demência, como de alguns serviços do SNS, cuidados primários e hospitalares, que podem ser aliviados em algumas tarefas que hoje lhes causam muita pressão", refere.

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