2014/15: as dificuldades e desafios dos três grandes

22 mai 2014, 01:35
Benfica ganha Taça de Portugal

Vários pontos de partida para a nova época.

A época acabou. O Benfica, todos sabem, conquistou um
triplete
histórico. O Sporting, contrariamente às expetativas criadas por uma época anterior péssima, garantiu o segundo lugar e a entrada direta na Liga dos Campeões. O FC Porto termina a temporada como grande desilusão, longe dos rivais, no terceiro posto e com a Champions
a ficar para lá de um play-off
de acesso. 

Numa altura em que as indefinições ainda são muitas, mas ao mesmo tempo defeitos e virtudes de um passado recente ainda estão bem frescos na nossa memória, talvez faça sentido olhar para os três grandes (e não só), reconhecer os seus méritos, que podem ser mantidos ou não, e perspetivar dificuldades e desafios para o que aí vem. A margem de erro é obviamente enorme, face ao longo defeso e às enormes variáveis que se nos deparam, mas ao mesmo tempo também um aliciante por isso mesmo.


A palavra «ciclo» será comum ao campeão Benfica e ao FC Porto, o rival mais forte nos últimos anos. Para os encarnados, o desafio maior é marcar a época que agora termina como o início de um período de vitórias e títulos. O clube da Luz não soma dois campeonatos seguidos desde 1983/84, há mais de três décadas, portanto. E esse deverá ser o
borrego a matar, e que poderá simbolizar também a norte a confirmação do fim de ciclo de glórias portistas. A continuidade de Jesus e uma eventual sangria provocada pelo mercado serão, neste momento, as maiores incógnitas. 

No Dragão, é claro, que não se acredita em nada disto. Mesmo depois de anos maus, o FC Porto sempre conseguiu reagir à adversidade e voltou rapidamente a ser feliz. Por vezes, foi buscar talento aos rivais, e cresceu a partir de uma costela dos mesmos. Mas, desta vez, as aparências dizem que estão de sobreaviso. O conflito latente com o Sporting também impedirá, provavelmente, alianças de circunstância que injetem sangue novo.

A entrada de Lopetegui para o banco paira ainda como incerteza, por se tratar de uma aposta de lógica estranha e de risco acentuado. O espanhol, habituado a treinar jovens e seleções (de jovens, sublinhe-se), depara-se com um plantel animicamente destroçado, com inúmeras incertezas, falta de referências e, ao que tudo indica, a depender muito de vender bem e bom para comprar bom ao menor preço possível.

De novo a sul, em Alvalade, o Sporting recuperou auto-estima e amor-próprio. No entanto, já perdeu o principal obreiro de uma época bem positiva, embora sem títulos. Leonardo Jardim já não mora no clube, e no banco vai estar um bom treinador, mas finalmente fora da sua praia (o Estoril), pela primeira vez num grande e logo na época em que o clube vai ter de subir três ou quatro degraus de uma vez: passando da ausência da Europa a uma exigente fase de grupos da Liga dos Campeões, para a qual parte do terceiro pote no sorteio; e com a pressão-extra de Bruno de Carvalho querer já o título.

No mercado, o leão promete ser cirúrgico porque não tem dinheiro para mais. Bons negócios é o que se quer em Alvalade, de forma a esticar as opções de um plantel que necessariamente precisa de ter mais qualidade para poder ombrear com os grandes da Europa. Além disso, o número de jogos vai aumentar consideravelmente e a equipa estará bem mais exposta a lesões e castigos do que este ano.

Além de ter de comprar bem, um dos grandes desafios da direção leonina será evitar vender William Carvalho, um dos portugueses mais cobiçados deste verão. Além da eterna insegurança sobre a continuidade ou não de Rui Patrício. Não vai ser nada fácil. 

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