Governo mexicano anuncia detenções pelo desparecimento de 43 estudantes em 2014

Agência Lusa , AM
16 set 2022, 06:26
Dezenas de estudantes continuam desaparecidos no México (EPA/LUSA)

Corpos nunca foram encontrados, apesar de existir uma correspondência de fragmentos de ossos de três dos estudantes

As autoridades mexicanas detiveram um general reformado e três outros membros do exército por alegada ligação ao desaparecimento de 43 estudantes no sul do México em 2014, anunciou quinta-feira o governo.

Entre os detidos encontra-se o ex-oficial que comandou a base militar na cidade de Iguala, no estado de Guerrero, em setembro de 2014, quando os estudantes foram raptados.

No mês passado, uma comissão governamental voltou a investigar o caso e emitiu um relatório que apontava o ex-militar como responsável pelo desaparecimento de seis dos estudantes.

Numerosas investigações governamentais e independentes não conseguiram chegar a uma única narrativa conclusiva sobre o que aconteceu aos 43 estudantes, mas tudo parece indicar que a polícia local retirou-os de vários autocarros em Iguala naquela noite e os entregou a um grupo associado ao narcotráfico.

O motivo continua a não ser claro. Os corpos nunca foram encontrados, apesar de existir uma correspondência de fragmentos de ossos de três dos estudantes.

O papel do exército no desaparecimento dos estudantes foi durante muito tempo uma fonte de tensão entre as famílias e o governo. Desde o início, houve questões sobre o conhecimento dos militares sobre o que aconteceu e o seu possível envolvimento.

Pouco depois do relatório da Comissão da Verdade, a Procuradoria-Geral anunciou 83 mandados de detenção, 20 para membros do exército. Mais tarde, agentes federais detiveram Jesús Murillo Karam, o então Procurador-Geral da República.

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