Direcção do Estrela explica «fim do casamento» com Quinito

31 out 2000, 20:10

Treinador ainda não tem substituto Ao fim de nove jornadas e uma série de maus resultados, Quinito abandonou o Estrela da Amadora. Num clima de grande cordialidade, a direcção e o treinador explicaram a situação, não existindo ainda sucessor para a liderança da equipa técnica.

Ao fim de nove jornadas e uma série de maus resultados, interrompidos pela vitória frente ao Campomairense (4-0) e o empate com o Boavista (0-0), Quinito abandonou o Estrela da Amadora. 

Numa decisão há muito esperada, Marques Pedrosa, presidente adjunto do clube da Reboleira, anunciou ao final da tarde de hoje (terça-feira) o «fim do casamento» entre o treinador e o Estrela da Amadora, numa «situação de comum acordo». 

Visivelmente triste, Quinito relembrou que «em determinada altura, não muito longínqua, já tinha feito sentir ao presidente que as coisas não andavam bem e que não conseguia pôr a equipa a jogar dentro dos parâmetros que achava que deveria». 

Há cerca de três semanas, depois da derrota por 4-1 com o Paços de Ferreira, Quinito falou com o presidente do Amadora, José Maria Salvado, comunicando-lhe que poria o lugar à disposição, já que «o Estrela não jogava com a qualidade que poderia jogar». 

«Nessa altura, o presidente conseguiu demover-me no sentido de me entusiasmar e dar força para continuar, mas depois do que se passou no domingo voltei a falar com ele e, desta vez, consegui que entendesse a minha vontade de não continuar no Estrela», referiu o treinador. 

Para Quinito, a explicação do insucesso está na «falta de entendimento» do plantel em relação à forma de jogo defendida pelo treinador. O técnico falou com os jogadores antes de orientar o último treino na Reboleira, comunicando-lhes que «não ia continuar». 

«Fiquei com a sensação que os jogadores nunca estiveram a gosto em termos daquilo que pensava e do que eram as minhas ideias», referiu.  

Contudo, Quinito não deixou de salientar que «os jogadores do Estrela formam um grupo com laços muito fortes e são grandes profissionais». «Saio daqui com um amigo em todos eles», salientou o técnico. 

Em relação ao futuro, tudo está por definir. Quinito considerou que «agora é tempo de pensar se é possível continuar com esta filosofia ou se vale a pena mudar para uma forma de jogo mais táctica e definida». 

«Ainda não há sucessor», admitiu José Maria Salvado 

Quinito sempre foi a escolha do presidente do Estrela da Amadora para a chefia da equipa da Reboleira. José Maria Salvado salientou ser «com alguma pena que a direcção do Estrela da Amadora chegou a esta situação», admitindo que a passagem do técnico pelo clube «não foi feliz, já que não conseguiu chegar ao fim da época». 

Não poupando elogios a Quinito e à restante equipa técnica, o presidente salientou que «até ao último minuto» não considerou a hipótese de Quinito sair e «mesmo há uma hora» pensava que tal «não era possível». Desta forma, «ainda não houve tempo de pensar no sucessor». 

Apesar da indefinição em relação ao futuro treinador, José Maria Salvado garantiu que «o Estrela vai partir para outra fase da vida do clube» e a direcção fará «todo o possível para que, em Guimarães, esteja um novo técnico a dirigir a equipa, porque na realidade a situação não é boa».  

Em relação ao treino de amanhã, ainda não está definido a quem caberá a orientação da equipa. Segundo o presidente, «em princípio temos um preparador físico e se não estiver cá ninguém será ele a orientar o treino» que se realizará pelas 10 horas.

Patrocinados