Gudelj: «Sérvia-Portugal? A bola entrou, a sorte é que não havia VAR»

Sérgio Pires , Enviado especial do Maisfutebol a Sevilha
10 abr 2021, 09:22

Entrevista de Nemanja Gudelj ao Maisfutebol - Parte III

Nemanja Gudelj chega à cidade desportiva do Sevilha FC descontraído. Sorri, senta-se no relvado do estádio Jesús Navas e pergunta: «Querem fazer a entrevista em português ou em espanhol? Sérvio? Neerlandês?»

Pergunta e sorri. A boa disposição é uma constante no discurso do médio internacional sérvio de 29 anos, que representa há duas épocas o clube andaluz, comandado por Julen Lopetegui, depois de uma época no Sporting [2018/19].

E foi por aí que surgiu a primeira surpresa: Gudelj fala um português quase perfeito, apesar da curta passagem pelo nosso país. O Sporting ficou-lhe no coração a ponto de fazer uma declaração ao clube e antecipar a possível conquista do título de campeão nacional como se fosse sua.

Gudelj fez a sua formação na Holanda, tendo começado a carreira profissional pelo NAC Breda, passando pelo AZ Alkmaar e Ajax, jogou também na China (Tianjin Teda e Guangzhou Evergrande), antes de regressar à Europa para represnetar os leões, em 2018/19, onde conquistou duas Taças.

O recente Sérvia-Portugal, que terminou em polémica, a época no Sevilha e a eliminatória entre FC Porto e Chelsea dos quartos-de-final da Liga dos Campeões foram temas de conversa, numa entrevista que abordou também um lado pessoal, em que o 36 vezes internacional pelo seu país explica a sua ligação ao seu pai, ex-futebolista, à família, que lhe está tatuada no corpo.

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PARTE I «Sporting campeão? É como se fosse eu a ganhar, amo muito aquele clube»

PARTE II: «Gosto de jogadores como o Acuña, que deixam o coração em campo»

PARTE IV: «Ronaldo é uma máquina, não fez um bom jogo contra a Sérvia e no fim estava lá»

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Gostaria de recordar o recente Sérvia-Portugal: aquela bola entrou, não?

Eu acho que a bola entrou. Aliás, eu vi: a bola entrou. A sorte é que não havia VAR. Mas também tenho de dizer que, se houvesse VAR, nós também teríamos um penálti a nosso favor, quando o Sergeij Milinkovic-Savic chutou a bola e ela tocou na mão de um jogador de Portugal. Podemos dizer que o 2-2 é um bom resultado.

Surpreendeu-o a reação do Ronaldo [em atirar a braçadeira para o chão e sair de campo]?

Um pouco, mas é o Ronaldo. A vontade que ele tem de ganhar é muito grande, quando alguém ‘rouba’ um golo assim é normal.

Ele está a perseguir um recorde mundial, de jogador com mais golos pela Seleção.

Eu entendo a atitude, mas eu estava sobretudo contente por recuperar o jogo de 2-0 para 2-2. Portanto, não estava a ligar muito ao Ronaldo.

Concorda que este apuramento para o Mundial vai discutir-se entre Portugal e a Sérvia?

Vamos os dois na frente com sete pontos e acho que até ao final são as duas seleções que vão lutar pelo primeiro lugar do grupo.

Qual a sua opinião sobre a Seleção portuguesa?

Seleção muito boa, com grandes jogadores. Muita qualidade. Portugal tem sempre boas equipas, mas este agora está ainda melhor do que em anos anteriores. Bruno Fernandes, João Félix, Ronaldo… É uma equipa muito boa.

Depois do Sérvia-Portugal, com aquele final tumultuoso, falou com o seu amigo Bruno Fernandes?

Sim, troquei a camisola com ele. Falámos um pouco, mas não do jogo. Foi mais da vida e sobre como está a família.

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