Nos últimos dias, dezenas de elementos das forças policiais e centenas de voluntários procuraram por Émile ao longo de 12 hectares de terreno ao redor de Haut-Vernet. As buscas terminaram como começaram: sem qualquer sinal da criança
As autoridades francesas terminaram esta quinta-feira as buscas no terreno por Émile, o menino de dois anos que desapareceu no sábado da casa dos avós, nos Alpes franceses. Cinco dias depois do alerta do desaparecimento às autoridades, durante os quais toda a comunidade de Haut-Vernet se mobilizou para procurar o menino ao longo de 12 hectares de terreno, as buscas terminaram como começaram: sem qualquer sinal da criança.
A investigação entra agora numa nova fase, com as autoridades a concentrarem-se na "análise do volume considerável de informação e elementos recolhidos ao longo dos últimos dias", pode ler-se num comunicado do procurador Rémy Avon, citado pelos media franceses.
Nos últimos dias, dezenas de elementos das forças policiais e centenas de voluntários procuraram Émile em 12 hectares de terreno ao redor de Haut-Vernet, investigaram 30 casas e edifícios, 12 veículos e entrevistaram 25 pessoas. A dada altura, chegaram a ser encontrados vestígios de sangue num veículo suspeito, mas as amostras permitiram concluir que se tratava de sangue de origem animal.
A cada dia que passa, os prognósticos das autoridades são cada vez mais reservados, com o procurador Rémy Avon a admitir que, tendo em conta a idade da criança e a onda de calor que está a atingir a região - nos últimos dias os termómetros superaram os 35 graus naquela zona - a vida de Émile está "em risco".
Nas ruas estreitas de Haut-Vernet, os habitantes dizem que a região está "amaldiçoada", como relata a BFMTV. É que nas últimas décadas aquela aldeia tem sido palco de várias tragédias, nomeadamente a queda de um avião da Germanwings em 2015 e o homicídio de Jeannette Grosos, de 68 anos, gerente do Café du Molin que em 2008 foi morta à pancada no interior do estabelecimento.
E agora o desaparecimento de Émile, que foi visto pela última vez no sábado, dia em que a família se reuniu na casa dos avós maternos para ali passar o fim de semana. De acordo com a BFMTV, estavam presentes tios e primos. Mas, quando acordou de uma sesta ao final da tarde, Émile estava sozinho.
“A família estava a preparar-se para sair de casa para um passeio. E ele aproveitou esse momento de confusão para sair”, adiantou François Balique, autarca de Haut-Vernet, citado pelo canal de notícias francês.
Os avós só deram conta do desaparecimento da criança por volta das 17:00, tendo alertado as autoridades logo de seguida. As buscas começaram pouco depois, cerca das 18:00.
O que aconteceu naquele período de tempo ainda é um mistério. Segundo os media franceses, duas testemunhas dizem ter visto o menino a caminhar sozinho numa rua muito próxima da casa dos avós. Na altura, não fizeram caso disso, até porque, como explicou o procurador do caso, é muito comum as crianças brincarem nas ruas daquela aldeia.
A polícia fez circular uma fotografia do menino, descrito como uma criança com "olhos castanhos, cabelo louro e 90 cm de altura". Na altura do desaparecimento, vestia uma t-shirt amarela e calções brancos com um padrão verde e calçava botas de caminhada.