Incentivos para fixar professores em Lisboa e no Algarve e atrair outros para a profissão. As novidades reveladas no “CNN Town Hall”

6 jul 2023, 08:00

A um mês da Jornada Mundial da Juventude, o Governo deixou uma mensagem de “serenidade” e apelou à negociação para evitar greves neste período. Mas o segundo “CNN Town Hall – Estado da Nação” também trouxe novidades na Cultura: há uma nova empresa para gerir os museus, onde a entrada dos turistas vai passar a ser paga aos domingos e feriados

Educação: Governo pisca o olho a novos professores e apela à contenção dos antigos

Para o ministro João Costa, que garantiu ter condições para se manter no cargo, a Educação foi uma “casa muito desarrumada durante várias décadas”, mas o Governo está a tentar fazer a sua parte. Tanto que, apesar da contestação da classe, quer que mais profissionais se possam juntar a esta casa.

Aos sindicatos, deixou o apelo para que se foquem no que importa, “os alunos”, garantindo um novo ano letivo mais estável, enquanto as negociações com a tutela avançam. “Aprovámos um acelerador das carreiras, que abrange estes professores que tiveram a totalidade do congelamento a afetar a sua carreira”, exemplificou.

O Governo, revelou, está a trabalhar em medidas para conseguir fixar professores nas regiões de Lisboa e do Algarve, inclusive com incentivos para a habitação, cujo custo e oferta são mais problemáticos nestas áreas, afastando potenciais interessados.

Mas a lista de medidas em estudo, “para trazer mais jovens para a profissão”, não fica por aqui. O executivo está a trabalhar para alargar a base de formação dos professores do ensino básico. “Até aqui, só podiam frequentar os mestrados nesta área quem tivesse a licenciatura em educação básica, deixando de fora outras formações igualmente relevantes”, explicou.

Mas quer também que profissionais com mestrados ou doutoramentos, com vontade de ser professores, possam chegar mais rapidamente a esta carreira. “Não vamos obrigar estes adultos a começar a sua formação desde o início”, disse.

“Esta proposta legislativa prevê o desenvolvimento de programas de formação mais intensos e mais curtos na componente pedagógica, podendo ser desenvolvidos quando estes candidatos a docentes já estão a lecionar”, concretizou.

Porque, para o futuro, há uma garantia: “vai haver muito emprego para quem quiser ser professor”.

 

Relatório da TAP: ainda há muita alteração a caminho

O debate arrancou com o relatório da comissão parlamentar de inquérito à gestão da TAP, que tem sido muito criticado pela oposição, por ilibar o Governo socialista de responsabilidades em todo o processo. A ministra dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, lembrou que “este não é seguramente o relatório final”.

“Este é um relatório preliminar, que foi apresentado nas suas linhas gerais, será discutido em sede de comissão parlamentar de inquérito. A minha experiência diz-me que será alvo de muitas discussões e acertos. Por isso, aguardemos o relatório final, que não será este certamente”, disse.

Já sobre o ex-ministro Pedro Nuno Santos, reconheceu que “fez o que era pertinente” no momento da demissão. Uma posição reforçada pelo ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, que chegou a recomendar uma reflexão sobre o modelo das comissões de inquérito, criticando o seu registo “novelesco”.

 

Jornada Mundial da Juventude: “serenidade” e apelo à negociação para evitar greves

“Serenidade” foi a palavra escolhida por Ana Catarina Mendes para falar da preparação da Jornada Mundial da Juventude, apesar das críticas aos atrasos na organização. “Não há nenhum atraso no plano de mobilidade. Devia ser apresentado a 22 de julho. Será apresentado já na próxima semana”, reagiu a governante, lembrando que haverá um reforço de 11% na oferta de transportes públicos. Sobre a aplicação de tolerância de ponto para a função pública, de modo a “descongestionar” a cidade, prometeu novidades para os próximos dias.

Confrontada com os anúncios de greve para o período do evento, deixou um apelo para que empresas e sindicatos possam chegar a acordo. “Espero que tudo se possa resolver em espaço próprio”, disse.

 

Aviso às autarquias: não se podem “demitir” na fiscalização da habitação de imigrantes

As políticas de migração fizeram também parte do debate, com Ana Catarina Mendes a reforçar que as autarquias não devem “demitir” da responsabilidade de fiscalizar as condições de habitação em que vivem os imigrantes.

“Acho inadmissível que as câmaras se demitam de fiscalizar o número de pessoas que vive em cada habitação”, afirmou.

A ministra manifestou-se “totalmente contra a ideia de escolher quem vem para cá”, reiterando que a prioridade deve estar em garantir uma “imigração legal e segura”, com as pessoas devidamente “documentadas”

 

Nova empresa para gerir museus e turistas a pagar bilhetes

O ministro da Cultura Pedro Adão e Silva anunciou que foi criada uma empresa para fazer a gestão dos monumentos que são património da humanidade e museus com coleções nacionais, que inicia funções no próximo ano. O governante deixou um apelo aos privados para uma participação maior neste setor, seja através do mecenato ou da prestação de serviços. E confirmou mudanças no acesso aos museus aos domingos e feriados: alarga-se a gratuitidade para portugueses e residentes em Portugal e passa a cobrar-se a entrada aos turistas.

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