Exclusivo. "Distrai o gajo da lista A": vice-presidente do CDS acusado de fraude eleitoral

9 mai, 20:59

Dirigente centrista suspendeu as suas funções mas garante estar inocente

Diogo Moura, vice-presidente do CDS e vereador da Câmara de Lisboa, foi acusado pelo Ministério Público de dois crimes de fraude em eleições, agravados, na forma tentada, por ter alegadamente procurado manipular os votos de militantes do CDS em duas eleições distintas dos delegados no conselho nacional do partido, em 2019 e 2021. Segundo o despacho a que a CNN Portugal teve acesso, o dirigente sabia que uma secretária da distrital de Lisboa estava na mesa de voto e enviou várias mensagens à mesma a pedir-lhe que introduzisse nas urnas votos de militantes que não se apresentassem na mesa de voto.

Assim, em 18 de março de 2019, Diogo Moura enviou as seguintes mensagens à secretária da mesa: “Distrai o gajo da Lista A. Dá baixa de Tiago Pessoa Filho e Nuno Van Uden e mete os votos na urna”; “João Gameiro, caso não tenha vindo ainda”; “E Isabel Galriça Neto”; Descarrega João Condeixa”; Descarrega Hélder Santos Correia”. 

Dois anos depois, nas eleições internas de 12 de abril de 2021, em que tinha interesse numa das listas concorrentes, o dirigente do CDS voltou a interagir com a mesma secretária por mensagens SMS: “Vou pedir que metas aí um voto rápido, prepara-te, faz já e mete no bolso que já aviso”; “Prepara o voto da Sofia Pires Borges”; “Mando mensagem para meteres na urna quando o Pedro estiver distraído”; “Mete quando sair o Gabriel”. 

A secretária da distrital nunca acedeu aos pedidos de Diogo Moura, que à época era presidente da concelhia de Lisboa do CDS. Acabou denunciado, investigado pela PSP e agora acusado pela 4ª secção do DIAP de Lisboa.

Entretanto, Diogo Moura reagiu à CNN Portugal, dizendo que nunca foi "condenado" ou "julgado", "nem sequer pronunciado". O dirigente centrista garante que está "absolutamente inocente" e que o vai provar.

"As alegações que me são dirigidas vão ser refutadas, não têm qualquer sentido e são completamente falsas", acrescenta, referindo que decidiu, ainda assim, suspender as suas funções de vice-presidente no partido até que o caso seja esclarecido.

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