"Não há 18% de racistas em Portugal": Pedro Nuno Santos quer reconquistar a confiança "dos descontentes" enquanto "renova o PS"

11 mar, 01:23

Assume a derrota - "tangencial" mas ainda assim uma derrota -, não quer deixar para André Ventura "a liderança da oposição" e promete "renovar" o PS. E sublinhou: viabiliza um governo da AD mas “não somos nós que vamos suportar um Governo deles”

Pedro Nuno Santos subiu ao palco com uma ovação de pé e gritos ‘PS, PS, PS’ e “25 de Abril sempre! Fascismo nunca mais!”. De seguida assumiu a derrota: “Apesar da diferença tangencial, tudo indica que o resultado não permitirá ao PS ser o partido mais votado. Quero por isso felicitar a AD pela vitória nestas eleições”, começou por dizer o secretário-geral do PS, apressando-se a dizer que “o Partido Socialista será oposição”.

“O Partido Socialista será oposição, nós vamos liderar a oposição, seremos oposição, renovaremos o partido e procuraremos recuperar os portugueses descontentes com o PS”, vincou, reconhecendo a derrota e que os votos dos eleitores estrangeiros dificilmente vão mudar os resultados. 

Em resposta aos jornalistas, disse que não irá “criar impasses” e que não inviabilizará um governo da AD. “Não aprovaremos moções de rejeição, mas agradecemos que não sejam apresentadas moções de confiança, que não aprovaremos.”

“Não vale a pena criar pressão sobre o PS. Vamos liderar a oposição. Não somos nós que vamos suportar um Governo da AD”, frisou. Na resposta a esta questão, recebeu palmas quando declarou: “O PS não ganhou as eleições, não deixará a liderança da oposição para o Chega ou para André Ventura”.

Pedro Nuno Santos deixou ainda claro que “vamos ceder a nenhum tipo de pressão”, explicando que “o nosso projeto não é compatível com o da AD”. “O tempo da tática política comigo acabou”, disse, reiterando: “Não é a nós que têm de pedir para suportar um governo”.

“Nós não temos uma maioria e, se não temos uma maioria, não nos podemos apresentar como uma solução”, justificou.

O secretário-geral do Partido Socialista começou o discurso quando André Ventura estava a terminar o seu, mas reconheceu que “o Chega teve um resultado muito expressivo que não dá para ignorar”. 

“Não há 18% votantes racistas ou xenófobos em Portugal, mas há muitos portugueses zangados que sentem que não tem tido representação, queremos reconquistar a confiança destes portugueses e mostrar-lhes que as soluções para os problemas concretos das suas vidas passa pelo PS e não pelo Chegam e pela AD”, afirmou Pedro Nuno Santos, declarando: “O nosso caminho começa agora, hoje”.

O secretário-geral do Partido Socialista referiu que vai “ter muito combate pela frente” mas está convicto de que "voltaremos a construir uma maioria que nos permitirá governar Portugal”. Ainda assim, assume a responsabilidade pelo resultado: “Sou eu quem está a liderar”.

“Vamos ver como a direita vai organizar o governo, faremos o nosso trabalho tranquilamente, serenamente na oposição”, disse, ouvindo-se, logo de imediato: “Somos tantos, tantos, tantos, com Pedro Nuno Santos”.

Sobre a quem deve ser incutida a responsabilidade em caso de ingovernabilidade, Pedro Nuno Santos recusou apontar nomes: “Não sei o que vai acontecer daqui a alguns meses".

Sobre as críticas de Carlos César a Marcelo Rebelo de Sousa, Pedro Nuno Santos assegura que a “sintonia entre secretário-geral do PS e presidente do PS é total”, mas não revelou o que pretende dizer ao Presidente da República quando tiver o encontro em Belém.

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